Edmar Lyra, jornalista da capital, postou a foto acima e publicou hoje esta notícia, que deve deixar o garanhuense com a "pulga atrás da orelha":
O deputado estadual Abimael Santos, vice-presidente da comissão de desenvolvimento econômico e turismo da Alepe, esteve em uma reunião com o secretário de turismo do Estado de Pernambuco, Daniel Coelho. Na oportunidade, trouxe em primeira mão a informação de que o festival de inverno que já acontece em Garanhuns será ampliado para outros municípios, tornando-se no Festival de Inverno de Pernambuco, esta decisão de expandir o festival veio da governadora Raquel.
Pelo que entendi querem expandir o Festival. Ou dividir, pulverizar.
Pela nota do Edmar nem Festival de Inverno de Garanhuns será mais e sim Festival de Inverno de Pernambuco.
Algumas pessoas da cidade já se manifestam pelas redes sociais, com preocupação.
O FIG em 2022 viveu a 30ª edição, que foi histórica. Um evento ampliado de 9 para 17 dias, com atrações para todos os gostos.
Este Festival, criado por Ivo Amaral, com o apoio do governador Joaquim Francisco, cresceu ao longo de três décadas graças a Arraes, Jarbas, Eduardo Campos e Paulo Câmara.
Raquel Lyra, que venceu a eleição em Garanhuns por larga diferença, talvez mal assessorada, é o primeiro governante estadual a fazer uma tentativa de mexer no que está certo.
Lembro que no Governo de Jarbas ainda se criou um tal de Circuito do Frio, com pretensões de fazer festivais menores em cidades como Triunfo, Pesqueira e Gravatá.
O garanhuense, na época, não gostou e fez questão de deixar isso muito claro. O tal circuito fracassou, o projeto foi abandonado sem alardes e ninguém sentiu falta.
Lógico que o FIG continuou forte.
Porque o Festival de Inverno de Garanhuns já é um patrimônio de Pernambuco. É um evento multicultural e plural como não se faz outro em nenhum lugar do país,
Nem São Paulo e Minas Gerais, que têm grandes festivais de música, fazem um evento tão grandioso quanto o FIG.
É um Festival de 30 anos, apoiado por todos os prefeitos de Garanhuns e governadores de Pernambuco de 1991 até os dias de hoje.
Uma festa que atrai os jovens do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Maceió, Natal, Aracaju, Caruaru, Arcoverde, Pesqueira, Lajedo, Bom Conselho, São Bento do Una, gente de Palmeira dos Índios, de Arapiraca, de Serra Talhada, enfim de todas as cidades de porte de Pernambuco e de Estados vizinhos.
No FIG, talvez a governadora e Daniel Coelho não saibam, porque entendem mais do São João de Caruaru, vem gente de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, dos mais diferentes estados do Sudeste e Sul do país.
Por esta cidade, chamada merecidamente de Suíça Pernambucana, já passaram, durante o Festival de Inverno os nomes mais importantes da música brasileira, além de valores de outros países.
Aqui se apresentaram Milton Nascimento, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Fagner, Martinho da Vila, Cássia Eller, Belchior, Maria Rita, Dominguinhos, Skank, Jota Quest, Wanderléa, The Fevers, Jerry Adriani, Zeca Baleiro, Chico César, Alceu Valença, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Adriana Calcanhoto, Edson Cordeiro, Reginaldo Rossi, Adilson Ramos, Ana Carolina, Quinteto Violado, Banda de Pau e Corda, Titãs, Vanessa da Mata e tantos outros nomes de peso que nem dá pra citar todo mundo.
Além dessas feras todas aí e outras que não foram mencionadas, tivemos grandes nomes do teatro, fomentamos a literatura, o cinema, o circo, a cultura popular.
E sabe o que mais, que essas pessoas de fora de Garanhuns não sabem?
Uma atração à parte no FIG, independente da programação (que merece ser boa, sempre) é a cidade, o seu clima, a garoa que cai no mês de julho. São os parques Pau Pombo e Euclides Dourado, é o Espaço Luís jardim, o Castainho, a Catedral, o Centro Cultural Alfredo Leite.
Garanhuns é Pernambuco, sim, meus senhores. Mas nem por isso pode ser despedaçada, diminuída, desrespeitada.
Tão logo saiu esta notícia dada pelo jornalista Edmar Lyra, um colega de imprensa da capital comentou no meu espaço no Instagram: "Viva o FIG! Respeitem Ivo Amaral!".
Daí que chegamos à conclusão de que estão desrespeitando o prefeito atual do município, um ex-prefeito que nos deixou o ano passado e a memória também de Joaquim Francisco, co-fundador do Festival, assim como Rubinho Valença.
Estamos às portas de junho e nem o prefeito Sivaldo Albino sabe ainda como vai ser a programação, se terá direito de bancar uma boa atração com recursos do município.
Porque a única certeza que se tem, até o momento, é que vão reduzir os dias do Festival. Não será realizado em três finais de semana, como o ano passado, mas apenas em dois. Serão 10 dias e não 17 como aconteceu em 2022.
Isso trará prejuízos ao município. O comércio, a rede hoteleira, os restaurantes, os bares, os vendedores informais, todos vão faturar menos, porque serão menos dias, menos gente virá à cidade e alguns milhões deixarão de circular na economia.
Essa notinha do Edmar preocupa os amantes do FIG, as autoridades locais, os artistas de Garanhuns, os dirigentes da Câmara dos Dirigentes Lojistas e todos que vivem o dia a dia da Suíça Pernambucana e querem vê-la andando pra frente e não para trás.
Não gosto de ser grosseiro, procuro ser elegante com as palavras mesmo quando critico, mas não resisto: "De quem foi essa ideia de jerico de fracionar o Festival?".
Podem fazer festa em Triunfo, em Pesqueira, em Gravatá, em Caruaru, em Bezerros, em Bodocó, em qualquer lugar. Promovam eventos nas cidades que garantam diversão, gerem emprego e renda.
Mas não dá para fazer isso sem mexer com o Festival de Inverno de Garanhuns, que pela informação do jornalista será apenas mais um, dentro do Festival de Inverno de Pernambuco?
Depois da decisão de reduzir o FIG, após esse anúncio que vão dividir o Festival, só falta agora o governo nos presentear com uma programação chinfrim, aquém do que tivemos nos anos anteriores.
Vamos aguardar, para ver se não piora ainda mais. Que venham artistas de peso, como sempre foi. Não podemos ser decepcionados. Se não seguirem o modelo que tem dado certo, em 30 anos, até os turistas serão poucos.
Não queremos isso, queremos o Festival de Inverno grande, como sempre foi.
E que muitas vozes se levantem em defesa do FIG, inclusive a do deputado Izaías Régis, que é líder do governo Raquel Lyra na Assembleia Legislativa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, registrar E-mail