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terça-feira, 30 de abril de 2024

A disputa em Taquaritinga do Norte vai ser o arco-íris: Vermelho, Azul, Branco e Roxo

 


Pela primeira vez na história da Terra do Café, a disputa para prefeito do município vai se dar entre quatro candidaturas competitivas: Allyson Dias, Jânio Arruda, Gena Lins e Jobson da Internet vão inscrever seus nomes nas urnas para tentar conquistar a simpatia do eleitorado da cidade serrana. Pode-se dizer que é o fim do FLU X FLU tradicional entre os grupos Calabar e Gravatinha, rivalidade que vem desde a eleição de 1988, ininterruptamente, com ambos os grupos se alternando na gestão municipal. Mas pode não ser bem assim.

      Sempre houve uma dúvida sobre a capacidade e a coragem do ex-prefeito Jânio Arruda de entrar mais uma vez na disputa. Seria a oitava, com duas vitórias: 88 e 96. Daí para frente só derrotas para o arquirrival Calabar. Aliás, dentro do seu próprio grupo, nem era dúvida, era galhofa mesmo, nem muito bem disfarçada. Jânio seria “liso” e ultrapassado e deveria abrir a oportunidade para o surgimento de novas lideranças. O cômico é que o “liso” pode ser uma trava para uma das pré-candidaturas, a de Jobson da Internet. De cara, o estreante Jobson e sua robusta pré-campanha têm o desafio de suplantar Jânio dentro do eleitorado tradicional e fiel do grupo Gravatinha.

      Para desfazer qualquer dúvida da sua disposição para mais uma batalha, Jânio finalmente oficializou o nome do seu pré-candidato a vice, o ex-vereador Professor Jurandir Tavares, sepultando assim o desejo do pré-candidato Jobson da Internet de surfar sozinho no eleitorado boca-preta. Nitidamente há uma tensão entre as duas pré-candidaturas que sinaliza a impossibilidade de uma junção lá na frente no período das convenções. Com o agravante da incompatibilidade entre Jânio e os dois ex-prefeitos oriundos do Calabar, Evilásio Araújo  e Zeca Coelho, que estão com Jobson.

       Mas, por que não seria o fim do FLA X FLU se haverá quatro candidaturas fortes? Porque as pré-candidaturas dissidentes de Jobson e Gena, respectivamente do Gravatinha e do Calabar, apesar de competitivas, têm o desafio de primeiro se viabilizar dentro das cores políticas das quais saíram. Mas, como falar para dentro dos grupos se estão acompanhados por ex-rivais? Como Gena vai falar para o eleitorado Calabar tendo a companhia de dois ferozes oposicionistas do grupo, vereadores Guilherme Cumaru e Ronaldo César? E como Jobson vai se dirigir ao eleitorado gravatinha, tendo Evilásio como vice e Zeca, cassado pelos próprios gravatinhas, como candidato a vereador?

         O constrangimento é tão evidente que os dois dissidentes cuidaram de adotar novas cores no padrão visual da pré-campanha. Gena adotou o branco e Jobson o roxo. Haverá, claramente, uma mudança de discurso para tentar conquistar o eleitorado neutro, que é muito pouco. A política das pequenas cidades é como o futebol, passional, emotiva, apaixonada, a grande parte do eleitorado tem “lado”, independente do candidato ou das propostas. Então, sobra uma margem muito pequena para se pregar o “novo”, o “diferente”. Margem pequena para ser dividida entre dois dissidentes da disputa tradicional que poderá ainda  prevalecer em 2024.

        Certamente reside aí a esperança de Jânio. Brigar internamente com Jobson e obter uma boa margem de frente e torcer por uma disputa acirrada entre Allyson e Gena dentro do Calabar. O mesmo pode-se dizer da pré-campanha do candidato da situação. Por isso que, incomodados e pressentindo as estratégias, há da parte das duas pré-candidaturas dissidentes as sugestas de que Jânio pega leve com Allyson ou que poderia lá na frente haver um flerte entre os dois. Ledo engano e, novamente, estão subestimando a raposa azul. È xadrez político, mas visto como bola de gude por estrategistas equivocados. Ou conscientes, mas que falam o que os “reis” querem ouvir ou devem ouvir para que as estratégias sobrevivam até outubro. Depois das eleições arranja-se qualquer desculpa para o insucesso.

      Com as já consolidadas chapas de Allyson Dias, Gena Lins e Jobson da Internet, Jânio fez agora o movimento definitivo nas peças do tabuleiro eleitoral, anunciando seu pré-candidato a vice e assim dando contornos nítidos e definitivos das opções que estarão à disposição do eleitorado. Mas cabe aos dois dissidentes, mesmo fortes, evitar que, mesmo com quatro candidaturas, os eleitores foquem os olhos na  que sempre vence, desde 2000, e na que sempre ameaça vencer, impondo sempre uma derrota suada. Este é o trabalho dos dois pré-candidatos desafiantes, evitar que a disputa seja pela terceira e quarta posições. Para o eleitor, quatro opções de cores. Isso é salutar, isso é a democracia em pleno vigor e que saia das urnas um resultado legítimo, limpo e que não possa ser contestado por maus perdedores.

 Gisonaldo Grangeiro, "cearense" de Pernambuco, agrestino do Polo, professor efetivo da Rede Estadual de Educação do Estado do Ceará e da Rede Municipal de Educação de Fortaleza.

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