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O cenário em que Dilma Rousseff vai assumir a Presidência certamente é muito mais tranquilo do que o encontrado por Lula em 2003. Naquele começo de Governo era grande a incerteza sobre o Brasil, e foi preciso certo tempo até a confiança internacional sobre o Brasil ser reestabelecida, mesmo Lula tendo dado claros sinais de que agiria com responsabilidade.
Mas Dilma vai enfrentar um enorme desafio nos próximos anos: a guerra cambial entre as principais economias do mundo. Para incentivar a indústria local, utiliza-se a desvalorização da moeda como fator principal. Isso já vem sendo utilizado pela China há anos, e adotado pelo Governo Obama com mais força (Bush iniciou).
A estratégia é simples: utiliza-se controle monetário centralizado sobre o câmbio, como na China, ou inunda-se a economia de dólares, como nos EUA. Mas isso só funciona no cenário onde as reservas são muito elevadas, como na China, ou quando o dólar é a moeda base, como no caso dos EUA.
Para a China a estratégia é deixar a moeda local alta em relação ao dólar, deixando seus produtos extremamente baratos quando convertidos à moeda americana, já que o custo de produção é calculado na moeda local. Já para os EUA, o propósito é financiar seu déficit com a emissão de mais dólares. Fora do eixo China-EUA todos saem perdendo.
O Brasil vai precisar pensar seriamente no fim do câmbio flutuante pelo mercado, porque do jeito que está, rapidamente a desindustrialização será a característica principal da economia brasileira. Com o dólar excessivamente barato, será praticamente impossível para a indústria nacional exportar. A guerra cambial está tão séria que apenas baixar a taxa de juros não surtirá resultado satisfatório
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