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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Justiça livra Tiririca da ação por ‘falsidade ideológica’

  Apu Gomes/FolhaCaiu a última ameaça à posse de Tiririca (PR-SP). O palhaço-deputado livrou-se da acusação de falsidade ideológica.

Aliviou-o o juiz Aloisio Silveira, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo. Para ele, Tiririca provou que dispõe de noções básicas de leitura e escrita.

Tomado pelo despacho, o juiz não enxerga em Tiririca um erudito. Mas acha que a cultura que coube dentro dele é suficiente.

"A Justiça Eleitoral tem considerado inelegíveis apenas os analfabetos absolutos, e não os funcionais", anotou o magistrado.

Algoz de Tiririca, o promotor Maurício Lopes acusava-o ter anexado ao registro de sua candidatura uma declaração falsa.

Manuscrito, o documento serviria para atestar a alfabetização do candidato. Quem redigiu, porém, foi a mulher de Tiririca.

Os advogados do neo-deputado alegaram que, graças a um acidente na mão, o cliente não consegue encostar o dedo indicador no polegar.

Por isso, Tiririca teria solicitado a ajuda da mulher na hora de redigir a declaração à Justiça Eleitoral.

Fiando-se nos testes a que Tiririca se submeteu, o juiz considerou-o dotado de "um mínimo de intelecção do conteúdo do texto, apesar da dificuldade na escrita".

Incorporou à sentença a tese de que Tiririca tem "certo comprometimento de seu desenvolvimento motor”.

Menciona “parecer técnico” levado aos autos pela defesa. A despeito disso, anotou o juiz, Tiririca “demonstrou disposição para a escrita."

Se quiser, o promotor Maurício Lopes pode recorrer da decisão. Não o fará, porém, sem refletir um par de vezes.

Corre contra o promotor, na Corregedoria do Ministério Público, representação em que é acusado de cometer excessos em sua cruzada anti-Tiririca

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