2014: Eduardo admite possível união com Aécio e Dilma
''Nada impede que amanhã possamos estar juntos novamente. Eu acho que entre nós, a Dilma e o Aécio há mais identidade do que com parceiros que estão aliados a eles na oposição, e outros que estão aqui na base de apoio. Muita gente da sociedade percebe isso e torce para que um dia possamos estar todos juntos''. A frase, que pode até ser entendida como um aviso e uma mensagem de esperança em termos de 2014 é do governador Eduardo Campos, em entrevista ao jornal o GLOBO.
Veja o que disse Eduardo:
O GLOBO: Quando se conheceram na época das Diretas, imaginava que o Aécio chegaria onde chegou?
EDUARDO CAMPOS: Não, nem ele, nem eu imaginávamos onde íamos chegar. Mas sabia que era difícil ele não enveredar pelo caminho da política, porque estava cercado por aquelas circunstâncias, do pai e do avô já na política. Ele tinha gosto por aquilo ali.
O GLOBO: Qual seria o peso da lembrança do avô Tancredo no jeito de fazer política do Aécio?
EDUARDO CAMPOS:A habilidade e a leveza. Você nunca via o Tancredo fazendo política batendo em pessoas, sempre optou por ideais e o valor da democracia, dos interesses mais elevados do país. Tancredo manteve uma posição moderada, mas fiel ao valor democrático.
O GLOBO: O que há no jeito de fazer política do Aécio que você admira e se identifica?
EDUARDO CAMPOS:Aécio tem espírito público. Não há aquela posição de negar o interesse público porque está na oposição. Em vários momentos, durante o governo do presidente Lula, eu na Câmara ou no governo, tive a oportunidade de vê-lo ajudar o país. Ele viu isso nas práticas e atitudes de Dr. Tancredo, eu vi nas do Dr. Arraes. Eu acho que a gente tem procurado ser fiel a isto.
O GLOBO: O que não gosta no jeito dele fazer política?
EDUARDO CAMPOS: De nos ver em campos opostos. A gente já disputou muita luta no mesmo campo, já nos vimos em campos distintos, mas nunca deixamos de ter uma relação de fraternidade e muito respeito. É uma coisa que a gente cuida mesmo, com muito zelo.
O GLOBO: Em Minas, é grande a expectativa do Aécio ser candidato à presidência em 2014. Você acha que ele deveria se candidatar?
EDUARDO CAMPOS:Hoje estamos no mesmo campo em Minas, no governo de Anastasia, mas no campo nacional estamos em posições distintas. Estou no projeto da presidente Dilma, torcendo para que ele dê certo. Aécio tem dimensão política e uma obra administrativa em Minas que o credencia para fazer qualquer disputa neste país. A decisão de ser ou não candidato vai caber a ele ou ao partido dele. Uma disputa entre Dilma e Aécio deixaria o país tranquilo de saber que tem duas biografias honradas na disputa.
O GLOBO: Sendo Aécio candidato ou não, o senhor caminharia ao lado dele algum dia?
EDUARDO CAMPOS: É precipitado discutir 2014, uma eleição acabou agora. Nossa tarefa é ajudar Dilma a fazer um grande governo, ela tem condições de disputar uma reeleição. Eu e Aécio já tivemos a nossa alegria juntos, o apoio às Diretas e ao Dr. Tancredo. Estivemos em campos opostos, quando ele estava no governo Fernando Henrique, líder do PSDB, e eu líder do PSB e da oposição. Depois estivemos juntos em Minas, ou seja, nada impede que amanhã possamos estar juntos novamente. Muitas vezes, o debate eleitoral te deixa aliado de determinadas correntes das quais você é mais distante na prática política do que outros que estão na oposição. São contradições que o processo histórico vai vencer. Eu acho que entre nós, a Dilma e o Aécio há mais identidade do que com parceiros que estão aliados a eles na oposição, e outros que estão aqui na base de apoio. Muita gente da sociedade percebe isso e torce para que um dia possamos estar todos juntos.
O GLOBO: O senhor consegue vislumbrar a união dessas três forças?
EDUARDO CAMPOS:Isso é um processo político, vai acontecendo em alguns estados, maturando em governos de grandes cidades, acumulando para que no futuro a gente possa viver uma situação como esta. Não adianta ter pressa, porque essa pressa vai aniquilar o verso
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