Eduardo e a base

Governando com tranquilidade política, eleitoral e administrativa, Eduardo Campos (PSB) está numa situação privilegiada. Seu futuro não depende de ninguém, mas todas as lideranças da base aliada, da mais forte à mais fraca, dependem dele. Porém, mesmo com tamanho controle, o governador sabe que em 2014 poderá passar o cetro ou para um amigo ou para um inimigo. E o possível inimigo, se for o caso, sairá de dentro das forças governistas, considerando que a oposição ainda levará algum tempo para retomar o poder - suas lideranças são escassas. No Palácio das Princesas, os assuntos que envolvem política eleitoral não são alimentados. A ordem é colocar fermento na unidade da base aliada, até porque quem ousaria ou ousará pular fora do guarda-chuva de Eduardo? A questão no entanto não se resume a pessoas. Caso um petista, digamos Humberto Costa, não seja escolhido pelo governador para disputar a su a sucessão, o PT suportará mais quatro anos de jejum, vendo seus espaços se estreitarem? E o PTB, na hipótese de Armando Neto não ser o ungido, vai desprezar a oportunidade de consolidar seu projeto de poder no estado? Projetos políticos que gravitam em torno do talento e do magnetismo de um personagem, como acontece com Eduardo, tendem a se extinguir caso o sucessor não seja da mesma linhagem. Para garantir a continuidade do projeto do PT, por exemplo, o ex-presidente Lula não hesitou em bancar a candidatura de Dilma Rousseff em detrimento dos anseios dos seus aliados. Eduardo, se quiser, pode fazer o mesmo e lançar um candidato do seu partido, o PSB, em 2014. E tem nomes para isso. Essa hipótese, curiosamente, é a menos discutida entre as lideranças da base. Mas é uma alternativa legítima, embora dolorosa para os outros.

Apoio político

Assim como banco só empresta dinheiro a quem tem como pagar, na polític a só se dá apoio a quem tem como retribuir. Basta ver o cenário em que o governador Eduardo Campos (PSB) se movimenta. Ele tem o apoio político até de quem não gostaria.