Nem apagou o incêndio no Ministério da Agricultura de Wagner Rossi - onde, revelou VEJA, foi montado um verdadeiro balcão de negócios comandando pelo lobista Júlio Fróes - e a presidente Dilma Rousseff já está às voltas com mais um abacaxi, este no Ministério do Turismo, também da cota do PMDB. O titular da pasta é Pedro Novais. Nesta terça-feira, a Polícia Federal (PF) prendeu 38 pessoas suspeitas de participar de um esquema de corrupção no Turismo, entre elas o número dois na hierarquia da pasta, o secretário-executivo Frederico Silva da Costa.
Menino bom esse Renan. |
De aliado de peso, que deveria ser uma solução, o PMDB acabou virando um problema. O surgimento de novo escândalo em um ministério da cota do partido deixa a presidente em situação nada confortável na hora de decidir se demite ou não Wagner Rossi e Pedro Novais. Afinal, o partido de seu vice, Michel Temer, é essencial para assegurar a governabilidade na curta - mas já turbulenta - gestão da petista: além de comandar cinco ministérios, a legenda tem vinte senadores e oitenta deputados federais.
Sarney e Lula, sem palavras... |
Comprar briga com Temer após a demissão de três ministros – Nelson Jobim, Alfredo Nascimento e Antonio Palocci - é tudo o que a presidente não quer neste momento. E criar atrito com a legenda em um momento em que já enfrenta tantos problemas no Congresso não é um passo fácil a ser dado. Por outro lado, se continuar a promover "faxinas" em ministérios contaminados pela corrupção Dilma poderá reforçar a imagem de que não vai tolerar irregularidades. Caberá a ela decidir que rumo tomar.
Farra - O ministro Pedro Novais estreou com um escândalo que de imediato caiu no ridículo por causa de uma farra coletiva em um motel de segunda categoria. A festinha para vinte pessoas ocorreu em São Luís (MA). Novais reembolsou os 2.156 reais gastos no motel Caribe e não quis mais falar do assunto.
Preso, Frederico Silva da Costa tem um histórico complicado. No início de 2010, ele e familiares tiveram os bens bloqueados pela Justiça. Costa é investigado por desvio de verbas da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O dinheiro deveria ser empregado na instalação de uma fábrica de processamento de tomate em Tocantins, mas sumiu em um esquema de notas frias.
Em 2008, quando era diretor de Programas Regionais de Turismo, liberou verbas para a construção de uma rodovia em Goiás que encurtaria o trajeto até a região de Rio Quente, onde está instalado o Rio Quente Resorts, da qual sua família é acionista. O Tribunal de Contas da União (TCU) também questiona convênios fechados pelo ministério.
Criado por Lula para contemplar aliados do PTB, o ministério do Turismo ganhou relevância com a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. De um orçamento de 377 milhões de reais, em 2003, subiu para sete bilhões de reais em 2010. Daí para cair nas mãos do PMDB, o principal partido da base aliada do governo PT, foi uma mera formalidade.
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