O que pode haver de melhor e mais cômodo para um governo corrupto e desonesto do que uma imprensa que não cumpre devidamente o seu papel social? Nada melhor que o anonimato para encobrir atos impróprios, nada melhor que o silêncio para não fazer ouvir a verdade, nada mais adequado do que a desinformação sistemática para emburrecer toda uma nação e logo depois roubá-la descaradamente. O papel social da imprensa é informar a sociedade, é deixá-la a par daquilo que acontece de mais relevante no país e no mundo; quando a imprensa realiza o seu papel de forma bem feita o resultado é um povo bem informado e que sabe tomar posição ante o mundo que o cerca.
Todavia não é isso que a grande imprensa brasileira tem feito de uns anos pra cá. De forma quase que geral a grande mídia, ao invés de formar tem deformado a mentalidade da população, mais que isso ela tem sido usada de forma inescrupulosa como meio de projetos políticos. O que acontece é que a mídia tem não só o papel de formar, mas tem o poder de selecionar aquilo que será transmitido, tem o poder de manipular os fatos, de torcer declarações, de brincar com a opinião pública, ela tem a liberdade de escolher o que será levado ao grande público como assunto relevante. Tamanho poder de escolha tem sido usado com responsabilidade pela mídia brasileira? A resposta é simples e objetiva: não. Quando um assunto vai à mídia como tendo prioridade e destaque, entende-se que esse está ali por sua importância para a sociedade, infelizmente não é assim que imprensa nacional pensa, pois semana passada a manchete da grande maioria dos partais de notícias do Brasil foi a declaração de Sandy sobre sua experiência anal; veja até onde vai o absurdo critério de escolha das manchetes da imprensa nacional. Enquanto ocorrem 50mil homicídios por ano no Brasil a imprensa vê maior importância em levar os olhos do povo às regiões íntimas da cantora...
Mas o que tem a ver o emburrecimento causado pela indústria do entretenimento com a política? Primeiro, devemos observar a quem pertencem os meios de comunicação, que grau de ligação podem ter com o poder e até que ponto podem interessar ao mesmo. Em segundo plano devemos estar atentos aos fatos reais, ao que acontece a partir da primeira observação. Um exemplo claro que aconteceu a pouco foi a homenagem feita pelo SBT aos guerrilheiros que combatiam os militares por meio da minissérie amor e revolução, onde há uma celebração à vida militante da presidente Dilma, logo após a emissora ser socorrida financeiramente pelo governo.
A forma que o governo tem de silenciar a imprensa são dois, o primeiro o fechamento de emissoras, o segundo é bem mais sutil e quase imperceptível e consiste em manipular conteúdos fazendo com que os olhos do povo se voltem para um lugar longe do foco de sua ação corrupta. O que está ocorrendo no Brasil é uma ação que não pode ser assumida formalmente por causa de sua maldade, mas que os seus resultados já estão sendo sentidos. Uma prova disso é que o povo perdeu o senso de honestidade; por mais que apareçam escândalos de desvios de verbas públicas o povo não se incomoda nem manifesta, por mais que roubem o povo ficará quieto. Não vemos mais pessoas com a cara pintada protestando pelas ruas, exigindo impeachment, ninguém se escandaliza pelos benefícios concedidos aos criminosos, não há repúdio público pelas manobras políticas do STF, não há estranheza pela sujeição do STF ao PT.
Ninguém nota, mas a imbecilidade oferecida divertidamente pela mídia traz consigo a manipulação do povo e a viabilização da corrupção e afirmação do vergonhoso império petista. Enquanto continuar-mos tendo nossas opiniões formadas pela grande mídia seremos fatalmente esmagados pela máfia do pensamento.
Carlos A. Silva.
Graduando em História pela Universidade Estadual da Paraíba.
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