AFINAL, QUEM “INVENTOU” LULLA: ZÉ DIRCEU OU GOLBERY DO COUTO E SILVA?
Diante de um texto em que recentemente eu colocava o ex-presidente Lulla e o “ex-capo” Zé Dirceu na condição de criatura e criador, alguns nazipetralhas demonstraram profundo desagrado.
Em princípio, fiquei intrigado com tamanho descontentamento, mas depois, pensando com mais calma, concluí que a petralhada estava certa, pois em minha análise eu estava cometendo um erro histórico. Na verdade, o presidente Lulla, enquanto criatura, deve a sua criação ao ex-ministro Golbery do Couto e Silva, que em determinado momento do processo de deterioração da ditadura militar, partiu para um plano audacioso, que consistia em transformar um pelego em liderança política, de maneira que os militares pudesse criar um clima de legalidade civil, que fosse “repassada” ao mundo, dando a entender que no Brasil, ao invés da ditadura que tentavam difundir alguns esquerdistas, existia um regime de plena Democracia, no qual tanto os sindicatos eram livres (aí Lulla entrava na trama), enquanto os partidos de oposição autuavam legalmente, inclusive lançando candidatos nas eleições presidenciais (aí era a vez de Ulisses Guimarães entrar em cena).
Está certo, revisando a história concluí-se que Zé Dirceu não foi o criador de Lulla, papel que historicamente deve ser creditado ao ex-ministro Golbery do Couto e Silva, a “cabeça pensante” da ”revolução dentro da revolução”, ocorrida em 1968, após a defenestração do presidente Costa e Silva, e sua substituição por uma junta governativa provisória, formada pelo general Aurélio Lira Tavares, o almirante Augusto Rademaker e o marechal-do-ar Márcio Melo, que ficou no poder até a “eleição” do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), que foi sucedido por outros dois generais-presidentes, também eleitos: Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985).
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