As melhores marcas anunciam aqui

As melhores marcas anunciam aqui

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Protógenes: indecoroso, mentiroso e cara de pau


O Conselho de Ética abriu processo preliminar para investigar relações suspeitas do ex-delegado e deputado do PCdoB de São Paulo, com o araponga Dadá, ligado ao esquema Cachoeira. Protógenes, além de tudo é cínico e dissimulado: apesar de ser também acusado de ser um pretenso "cachoerista", ocupa um dos assentos da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o esquema do bicheiro. 
 
 
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Protógenes, o indecoroso, foi flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas com o araponga, braço direito de Cachoeira



O Conselho de Ética da Câmara abriu ontem, 9, processo preliminar contra o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) por falta de decoro parlamentar. O pedido de cassação, apresentado pelo PSDB, aponta relações mantidas por Protógenes e o araponga Idalberto Matias Araújo, conhecido por Dadá, um dos operadores da organização comandada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na operação Monte Carlo da Polícia Federal.

O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), indicará até a próxima semana um relator para o processo entre os três conselheiros sorteados ontem: Amaury Teixeira (PT-BA), Jorge Corte Real (PTB-PE) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Caberá ao relator indicar ao conselho se deverá ou não abrir processo de cassação contra Protógenes.

No pedido de abertura de processo - feito a partir de reportagem do Estado, do dia 10 do mês passado, em que são publicados diálogos gravados durante a operação Monte Carlo - o PSDB afirma que o deputado mantém uma relação de cumplicidade com o operador do grupo de Cachoeira e orientou o depoimento de Dadá em inquérito da Polícia Federal.

As conversas foram gravadas em março e agosto de 2011. Dadá esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas. A corregedoria da PF abriu investigação para apurar suposto desvio no comando da operação.

"As circunstâncias deixam evidente que o representado (Protógenes) não só mantinha relações próximas e pessoais com o araponga, como também orientou seu depoimento na Polícia Federal", diz o texto da representação ao Conselho de Ética.

O PSDB argumenta ainda que o parlamentar mentiu em público, ao negar suas relações pessoais com Dadá. "Tem-se um parlamentar flagrado em contatos espúrios com integrante do submundo do crime", afirma o documento.

Outro argumento apresentado no documento é que Protógenes tinha "consciência do caráter antiético" de sua conduta, tanto que evitava ser visto na companhia de Dadá, escolhendo locais de encontro longe da visibilidade pública.

Há uma semana, o senador Cassio Cunha Lima (PSDB-PB) já havia pedido que Protógenes Queiroz deixasse a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os negócios e as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, pelas ligações dele com o esquema.

O delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques, ouvido nesta terça, constrangeu o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) no fim da sessão secreta da CPI do Cachoeira, que durou mais de sete horas. Em meio a questionamentos de Protógenes sobre o envolvimento de setores da mídia com a organização criminosa, o delegado o rebateu, citando a proximidade dele Protógenes com o araponga Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, braço-direito de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Marques lembrou de escutas da operação Vegas em que Protógenes foi flagrado conversando com Dadá. Segundo o delegado, um dos diálogos indica o interesse do deputado em se aproximar do ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, apontado pela PF como um dos principais aliados do bicheiro. Protógenes teria dito no grampo ter uma missão para o araponga: apresentá-lo ao dirigente da empreiteira.

O deputado federal aparece também nas investigações da operação Monte Carlo, flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas com o araponga.

Segundo a PF, Dadá esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha e, nas conversas, recebe orientações do ex-delegado sobre como agir para embaraçar a investigação aberta pela corregedoria da PF sobre desvios no comando da operação que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas - a Satiagraha.

No seu Blog Protógenes desmente a versão do Estadão dizendo que “durante a sessão secreta da CPI, o Delegado da Polícia Federal Raul Marques, reafirmou em dois momentos que não tenho qualquer ligação com o esquema fraudulento montado pelo senhor “Carlinhos Cachoeira” integrantes do Parlamento e a mídia criminosa que teme investigações mais profundas sobre suas reais ligações com a quadrilha, cuja base fica em Goiânia”.

Protógenes está sendo acusado de ligações com o esquema e disposição de pertencer à quadrilha.

Como membro da CPMI, ele tem acesso ao processo, assiste às sessões secretas e pode interferir, em favor dos bandidos, obstruindo parte da investigação. É praticamente um homem de Cachoeira plantado na comissão que investiga o bicheiro. O lugar correto dele é longe das investigações, senão no banco dos réus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, registrar E-mail