Enquanto os folhetins exibidos cedo da noite são cheios de clichês,
incluem atores de pouco talento e passam ao largo das questões sociais, o
drama baseado no livro de Jorge Amado tem artistas do primeiro time,
cutuca da Igreja Católica ao Judiciário e apresenta qualidades técnicas
próximas do que se faz no cinema. Até a trilha sonora é impecável: só
tem música de primeira, sem abrir exceções para alguns ídolos fabricados
pela própria Globo.
Não importa que a audiência não tenha alcançado o que se esperava, é
desnecessária a discussão se Sônia Braga (que viveu Gabriela na primeira
versão) é melhor do que Juliana Paes. O que interessa mesmo é a prova
de que se pode fazer novela de televisão de alto nível, programas que
podem divertir e conscientizar e não apenas alienar.
Walcir Carrasco, diretor da nova Gabriela, faz jus as boas
"sacadas" de Jorge Amado como escritor, principalmente quando o
baiano criticava com humor ácido as questões políticas, sociais e
sexuais da sociedade brasileira.
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