O senador mineiro Aécio Neves não esconde seu descontentamento com o
pedido de investigação criminal apresentado contra o ex-presidente Lula
nesta semana por lideranças do PPS, como Roberto Freire, e do PSDB, como
os senadores Álvaro Dias e Aloysio Nunes Ferreira. Apontado como
candidato natural dos tucanos em 2014, Aécio teme uma radicalização
política desnecessária nos próximos anos, com uma eventual vitimização
de Lula.
O pedido de investigação foi apresentado nesta terça-feira à
procuradoria-geral da República e está ancorado, única e exclusivamente,
em duas reportagens de Veja, com supostas declarações de Marcos
Valério, não confirmadas nem por ele, nem por seus advogados. Instado a
confirmar as declarações, o advogado de Valério, Marcelo Leonardo, negou
seu teor, criticou vazamentos seletivos aparentemente feitos pela
Procuradoria-Geral da República e afirmou ainda que entregou os nomes de
79 políticos que foram beneficiados pelo esquema de Marcos Valério
ocorrido em 1998, na tentativa frustrada de reeleição do tucano Eduardo
Azeredo, em Minas Gerais. Ou seja: em vez de apontar baterias contra
Lula e o PT, mirou o PSDB.
Em breve, o próximo ministro a ser nomeado para o Supremo Tribunal
Federal pela presidente Dilma Rousseff terá a missão de relatar o
"mensalão tucano". E não é improvável supor que o julgamento ocorra às
vésperas da eleição de 2014. A radicalização, portanto, não interessa a
Aécio, que fez chegar essa informação também ao jornalista Ilimar
Franco, do Globo. "A ala do PSDB ligada ao senador Aécio Neves (MG)
compartilha da visão do DEM, que considera um erro político pressionar a
Procuradoria Geral da República a investigar a participação do
ex-presidente Lula no mensalão", escreveu ele, na edição desta
sexta-feira.
Fonte: Texto e fotos do Portal Brasil 247.
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