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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

NEM TUDO NOVO


 Um novo tempo, novos ares, novas perspectivas, enfim, com a chegada de 2013 afloram esperanças de renovação e progresso, é tempo de analisarmos minuciosamente os passos dados no ano que se foi – corrigindo eventuais equívocos – e aprimorarmos a rota a ser seguida. 

    Em verdade, é momento de enxergarmos os novos horizontes apresentados e nos prepararmos para aproveitar as oportunidades que certamente surgirão.

     Não se deve esperar que melhoras ocorram fortuitamente, necessário se faz confiar no progresso, mas, sobretudo, entender que nada acontece por acaso e, assim, planejar melhor a caminhada, dando nossa efetiva parcela de contribuição para almejarmos nossos sonhos.

      Com as eleições municipais ocorridas em 2012 houve uma reoxigenação da esperança, a democracia trouxe novamente a perspectiva de mudança positiva cunhada através do voto popular. Quantos desafios a serem vencidos pelos novos gestores municipais e pelos gestores reeleitos. 

   Quanta carência legislativa país afora, quanta omissão na fiscalização dos chefes do executivo. Quantos direitos e deveres desrespeitados e omitidos, deixando órfã uma nação que pouco teve concretamente o que comemorar até o presente.

     Nossas carências mais básicas continuam, salvo raras exceções, sendo negligenciadas por aqueles a quem se confia poder e recursos para enfrentá-las, continuamos sendo tratados de maneira aviltante e os mais preciosos recursos são desviados, subutilizados, ou aplicados em ações que pouco trazem de solução satisfatória para os problemas sociais.

     Continuamos habitualmente assistindo as intermináveis filas para atendimento no serviço público de saúde (onde há médico evidentemente); a violência – mais que nunca – nos aprisiona e nos torna reféns da marginalidade gestada pela nossa própria sociedade e, sobretudo, pelo ar de impunidade ainda reinante; nossas escolas – em sua maioria – encontram-se num padrão de qualidade aquém da necessidade; o problema secular da seca, que novamente se abateu sobre o nordeste, mostra sua face mais cruel e ratifica que a solução há décadas vem sendo adiada, sacrificando vidas, recursos e exterminando sonhos; em algumas regiões, as chuvas anualmente acarretam destruição e desgraças.

     Por outro lado, vemos a abundância e a eficiência na liberação de vultosos recursos públicos aplicados na preparação de estádios e de outras obras voltadas para copa do mundo de futebol e olímpiadas, maquiando o país para estrangeiro ver que, no entanto, nem de longe, caracteriza a nossa realidade.

     Mais uma vez elegemos grande número de políticos “profissionais”, os quais há muito não exercem qualquer outra função remunerada que não seja oriunda de cargos públicos eletivos ou em decorrência destes; os ditos “grupos políticos” não tem por foco a solução dos problemas da população, na verdade, trata-se de mero ajuntamento de interesses e que tem culminado em verdadeira ferramenta de enriquecimento sem causa para alguns e em meio de vida para muitos – nem sempre com capacidade para exercerem as funções ocupadas.

     Nossa democracia padece de “verdadeiros homens públicos”, nosso sistema político encontra-se na UTI há muito tempo, visto que não tem atendido aos anseios para os quais foi criado. Mesmo diante de um novo ano, de novas perspectivas, do renascimento da esperança, não é sensato esperarmos que o quadro instalado se altere, não existem promessas de mudanças significativas em curto prazo, não esperemos que o mundo ao nosso redor tenha mudança, a não ser que mudemos nós mesmos, só o homem pode mudar o mundo, somente nós, cidadãos, podemos nutrir e fazer germinar a semente da mudança.

     Quem em 2013 cumpramos nossos deveres, mas sobretudo que possamos reivindicar nossos direitos, felicidade a todos.

* Jucelino Tavares Ferreira. 

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