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domingo, 15 de junho de 2014

A JUDICIALIZAÇÃO PREMATURA DA CAMPANHA ELEITORAL NO ESTADO



Acompanhando as noticias políticas na corrida ao Governo do Estado, percebemos que a disputa ultrapassa as discussões políticas, chegando ao Tribunal Regional Eleitoral antes mesmo das convenções partidárias, cujo prazo final é até o dia 30 de junho, segundo determina o calendário eleitoral.

Isso demonstra a pratica de propaganda eleitoral extemporânea, como forma de cooptação de votos através de mensagens subliminares espalhadas em outdoors espalhados por todo Estado, onde verificamos imagens dos candidatos sendo parabenizados por atos praticados, como também por escolhas de políticos notáveis no Congresso Nacional.

O Processo eleitoral é rápido e eficaz. Seus prazos são exíguos e suas decisões também possuem prazos para serem prolatadas, não podendo o juiz eleitoral usar o argumento de excesso de trabalho para justificar o atraso nas decisões.


É pratica dos candidatos em geral, antecipar a propaganda eleitoral, prevista para acontecer apenas a partir de 06 de julho. Seus atos tentam driblar as imposições eleitorais antes mesmo da escolha dos candidatos nas convenções. Temos como exemplo a chamada dos filiados para as convenções partidárias, onde verificamos o pré-candidato exaltar suas qualidades como homem público. Tal ato resultou numa condenação pela pratica, segundo o entendimento do TSE.

O Direito Eleitoral possui peculiaridades somente percebidas pelo profissional atento. A assessoria jurídica deve ter papel preventivo, sempre demonstrando ao candidato o que a lei eleitoral permite, e as conseqüências em decorrência da sua desobediência, já que a própria lei trata a respeito de propaganda irregular e propaganda ilícita, cada uma com sua sanção.

Por fim, foi dada a largada das brigas jurídicas nos tribunais nessa campanha eleitoral. Enquanto os candidatos estão nas ruas disputando os votos de seus eleitores, seus advogados estão preparando defesas e representações, tudo em busca de um resultado favorável a seu cliente, provando que uma campanha eleitoral é todo um conjunto de iniciativas divididas entre marqueteiros, coordenadores políticos, estatísticos, assessoria jurídica, dentre outros, não se resumindo apenas ao pensamento individualizado de quem pensa ser o melhor em todas as áreas, pois definitivamente campanha política é para profissionais.

Marcelo Diógenes
Advogado eleitoral nas campanhas: 1996, 1998, 2000, 2004, 2006, 2008, 2010, 2012.
Coordenador jurídico nas cidades de Santa Cruz, Toritama e Taquaritinga do Norte.
Pós-graduado em Direito Processual.
Autor do Livro: A Omissão do Estado como aplicador do Direito.

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