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sábado, 7 de junho de 2014

MARÍLIA ARRAES DENUNCIA A PRÁTICA DE IMPOSIÇÃO E FALTA DE DEMOCRACIA NO PSB DE PERNAMBUCO

As mulheres são o calo do ex-governador Eduardo Campos. Se não bastasse o “purismo ideológico" de Marina Silva, que tem vetado algumas alianças planejadas pelo líder socialista,  os petardos da procuradora Noelia Brito, que regularmente bate em Eduardo, agora aparece a vereadora Marília Arraes para criticar publicamente o PSB e a “falta de democracia do partido”.

Marília Arraes é neta do ex-governador Pernambucano do qual herdou o sobrenome famoso e prima legítima de Eduardo Campos, pré-candidato à presidência da República.

A vereadora pretendia disputar um mandato de deputada federal, porém desistiu por discordâncias com a cúpula do partido.

Marília discorda, inclusive, das alianças do PSB com o DEM e o PMDB de Jarbas Vasconcelos. “Como vou estar junto de quem combati a vida inteira”, questionou a parlamentar.

A gota d´agua para o desabafo da neta de Arraes foi a indicação de João Campos, filho de Eduardo, para comandar a Juventude do PSB em Pernambuco. Segundo ela, não foi uma escolha, mas uma imposição. Esclarece que seu posicionamento não tem nada de “briga familiar” e está relacionado com os princípios políticos que sempre defendeu.

Ela disse que o PSB hoje leva mais em conta os interesses eleitoreiros do que a ideologia e prefere manter a sua coerência. Lembrou que aprendeu a fazer política com Miguel Arraes e o que ele ensinou não foi isso que ela vê no momento, no seu partido.

Num depoimento divulgado em sua página no Facebook e reproduzido pela imprensa do País, Marília Arraes bateu duro na falta de democracia do Partido Socialista Brasileiro em Pernambuco.

“Há algum tempo percebo que os conceitos e ideais do PSB não estão sendo colocados em prática pela sua cúpula e isto se reflete em todo o partido. As minhas observações apontam que o movimento interno no PSB é oposto ao da democracia. Existe uma tendência à imposição de ideias em lugar do diálogo. Existem as pessoas que são “ungidas” . E as que não são escolhidas para receber esta bênção? Estas são impedidas de participar do processo, são, como se diz em todos os corredores, minadas”, escreveu a vereadora.

Ela acusa que existe uma tendência de imposição de ideias no lugar do diálogo, garante que tentou discutir as questões do partido internamente, mas precisou recorrer à imprensa “porque eu e muitos não temos acesso a opinar ou discordar”.

Muita gente que votou em Miguel Arraes e Eduardo Campos durante anos pensa assim. Marília Arraes certamente está expressando o pensamento de muitos descontentes. O que não se esperava é que esse dedo apontando as contradições do PSB e da Nova Política saíssem de uma pessoa da família, preparada intelectualmente e eleita duas vezes vereadora do Recife pelo Partido Socialista Brasileiro. 

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