As mulheres são o calo
do ex-governador Eduardo Campos. Se
não bastasse o “purismo ideológico" de Marina Silva, que tem vetado
algumas alianças planejadas pelo líder socialista, os petardos da
procuradora
Noelia Brito, que regularmente bate em Eduardo, agora aparece a
vereadora Marília Arraes para criticar publicamente o PSB e a “falta de
democracia do partido”.
Marília Arraes é neta do
ex-governador Pernambucano do qual herdou o sobrenome famoso e prima legítima
de Eduardo Campos, pré-candidato à presidência da República.
A vereadora pretendia disputar um
mandato de deputada federal, porém desistiu por discordâncias com a cúpula do
partido.
Marília discorda, inclusive, das
alianças do PSB com o DEM e o PMDB de Jarbas Vasconcelos. “Como vou estar junto
de quem combati a vida inteira”, questionou a parlamentar.
A
gota d´agua para o desabafo da
neta de Arraes foi a indicação de João Campos, filho de Eduardo, para
comandar
a Juventude do PSB em Pernambuco. Segundo ela, não foi uma escolha, mas
uma imposição. Esclarece que seu posicionamento não tem nada de “briga
familiar” e
está relacionado com os princípios políticos que sempre defendeu.
Ela disse que o PSB hoje leva mais
em conta os interesses eleitoreiros do que a ideologia e prefere manter a sua
coerência. Lembrou que aprendeu a fazer política com Miguel Arraes e o que ele
ensinou não foi isso que ela vê no momento, no seu partido.
Num depoimento divulgado em sua
página no Facebook e reproduzido pela imprensa do País, Marília Arraes bateu
duro na falta de democracia do Partido Socialista Brasileiro em Pernambuco.
“Há algum tempo percebo que os
conceitos e ideais do PSB não estão sendo colocados em prática pela sua cúpula
e isto se reflete em todo o partido. As minhas observações apontam que o
movimento interno no PSB é oposto ao da democracia. Existe uma tendência à imposição
de ideias em lugar do diálogo. Existem as pessoas que são “ungidas” . E as que
não são escolhidas para receber esta bênção? Estas são impedidas de participar
do processo, são, como se diz em todos os corredores, minadas”, escreveu a
vereadora.
Ela acusa que existe uma tendência
de imposição de ideias no lugar do diálogo, garante que tentou discutir as
questões do partido internamente, mas precisou recorrer à imprensa “porque eu e
muitos não temos acesso a opinar ou discordar”.
Muita gente que votou em Miguel
Arraes e Eduardo Campos durante anos pensa assim. Marília Arraes certamente
está expressando o pensamento de muitos descontentes. O que não se esperava é
que esse dedo apontando as contradições do PSB e da Nova Política saíssem de
uma pessoa da família, preparada intelectualmente e eleita duas vezes vereadora
do Recife pelo Partido Socialista Brasileiro.
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