Primeiro, o preconceito.
Felipão recusa-se a escalar ao mesmo tempo dois nordestinos neste time
covarde, até então, do Brasil.
Ele não coloca Hernanes – um dos poucos craques de verdade nesta equipe – porque já tem outro nordestino lá na
frente, o brutamonte Hulk, pesadão, sem nenhuma leveza e a elegância dos
verdadeiros jogadores do futebol-arte, e que entregou o gol de empate de
bandeja aos bravos chilenos, tentou fazer gol com o braço e ainda por cima
perdeu o pênalti.
Segundo, a burrice. E esta, com, vários capítulos.
Deixa Bernard no banco, um menino com talento, criatividade e uma
vontade imensurável de mostrar seu belíssimo futebol, alegre e fumegante, bem
diferente desse futebol apenas-força, sem o molejo e aquele jeito moleque de
tocar a bola como um artista de circo. Prefere a força, somente força, como a
do indefectível personagem verde da TV norte-americana, que parece não ter
muita massa cinzenta dentro da caixa craniana. O pior é que o seu preferido
esteja pesadão, parecendo mais com - um bote antigo nisso - companheiro das
peladas do Colégio de São Bento de Olinda, da década de 1970, a quem todos chamavam
de “Mãe Gorda”.
Por que não escalar Hernanes neste time de poucos talentos, enquanto
insiste em Daniel Alves, a quem o fraco Patrick, do meu Sport, não fica nada a dever.
Um medíocre chutador de bola, que quase entrega o ouro ao bandido, não somente
neste jogo, mas nos anteriores.
Ainda no tópico da burrice, Felipão não tem o direito de deixar de fora
deste time três jogadores: Maycon, Hernanes e Bernard.
Maycon é a solução mais simples, é só colocá-lo no lugar de Daniel
Alves, um jogadorzinho de futebol limitado. Maycon não tem o direito, nem pode,
de ser pior.
Quanto aos craques Hernanes e Bernard, não sou eu o treinador, nem
tenho competência para isto. Mas Felipão tem, passou toda a sua vida no futebol
e ganha milhões neste mafioso esporte, que o diga a FIFA; então, que resolva
este nó.
Ou será que as empresas patrocinadoras é que mandam na escalação?
Cabe a Felipão encontrar a solução tática para escalar esses dois
talentos do futebol brasileiro. Que faça sua cabeça funcionar; tire os craques
do banco e mande-os para dentro do gramado, que é o lugar deles.
Ainda no item burrice, Felipão precisa ler a história de Pernambuco,
para entender por que Hernanes tem na sua alma o sangue libertário de Frei
Joaquim do Amor Divino Rabelo, o genial e libertador Frei Caneca. Felipão,
escale Hernanes, que ele, junto com o quase adolescente Bernard, vai libertar
este timeco-força da mediocridade para os braços do futebol-arte, buliçoso,
simples e alegre como o Gênio Carlitos e com as proezas dos pés de Neymar.
Felipão, conheça, também, a história, a origem, do menino simples da
Zona da Mata pernambucana, Hernanes. Você vai ver que Frei Caneca o inspirou e
que vai jogar com ele, se a sua teimosia tiver um fim ainda nesta Copa.
Felipão, não deixe Neymar sozinho! Forme um trio de artistas da
bola.
E a cagada?...
Esta, tá na cara, ou melhor, tá nas calças.
Pode examinar as calças que Felipão usou no jogo, depois daquela bola
do Chile na trave do Brasil já na prorrogação.
*Ruy Sarinho (Torcedor, jornalista e metido a “treinador” como 99,9% dos
brasileiros)
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