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terça-feira, 14 de outubro de 2014

MAIS UM: Fernando Baiano, lobista do PMDB, querendo tirar o seu da reta, também quer delação premiada

Na Europa, lobista do PMDB, diante do sucesso da negociação da delação do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, acena que pode contar tudo: empreiteiras e companheiros do Petrolão, estão em polvorosa.
Foto: Diario do Poder


INTIMIDADE COM O PODER - Paulo Roberto Costa (à esq.), chamado de “Paulinho” por Lula, reunido com o então presidente Luis Inácio Lula da Silva, o presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, a Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff



O lobista Fernando Soares, o “Fernando Baiano”, que atuava em nome do PMDB no escândalo de corrupção do Petrolão, mandou recados ameaçadores para as empreiteiras, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores do esquema, e até para os políticos do PMDB, segundo informa a edição deste final de semana da revista Época.


Ele está na Europa e, segundo a revista, foi orientado a não voltar ao Brasil por enquanto. E pretende negociar delação premiada com ao Ministério Público Federal e a Justiça Federal do Paraná.


O lobista informou à revista, por meio de amigos, que guardou provas sobre alguns dos principais envolvidos no esquema. Fernando Baiano assegura que mantém evidências dos pagamentos feitos a ele por empreiteiras, como Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, e provas de quanto repassou a Paulo Roberto – em dinheiro vivo e em contas secretas no exterior. Contas que, segundo Baiano, Paulo Roberto escondeu até agora das autoridades.


Deputado Aníbal Gomes
O mesmo tipo de prova incrimina, segundo o relato de Baiano, deputados e senadores do PMDB, assim como as campanhas do partido em 2010. A interlocutores, Baiano garantiu ter repassado o equivalente a US$ 8 milhões às campanhas do PMDB em 2010. Parlamentares e operadores do PMDB confirmaram à revista o papel desempenhado por Baiano, embora não soubessem precisar o montante repassado por ele.


Em seus depoimentos que espantaram o País, Paulo Roberto Costa e o megadoleiro Alberto Youssef confirmaram que o lobista Fernando Soares era o operador do esquema com o PMDB. O envolvimento do PMDB no esquema, dizem os delatores, é vasto. Segundo Paulo Roberto, o senador Renan Calheiros era beneficiado pelos desvios na Transpetro.


Um dos episódios contados por Paulo Roberto envolve o deputado Aníbal Gomes, do PMDB do Ceará. Gomes, segundo o relato, levou um empresário amigo a Paulo Roberto, para que ele o ajudasse a resolver uma pendência judicial na Petrobras. Gomes, disse Paulo Roberto, usou o nome de Renan. Procurado, Gomes confirmou as visitas a Paulo Roberto.


“Paulo Roberto é meu amigo. É meu conhecido há 12 anos. Sempre foi uma pessoa muito decente e educada. Era um marqueteiro da Petrobras. Um vibrador (sic) pela empresa.”


Gomes diz que “pode ter acompanhado empresários” em visitas a Paulo Roberto. “Mas não consigo lembrar quem”, diz. Ele afirma que às vezes alguns pediam para agilizar uma audiência com Paulo Roberto. E Paulo Roberto, segundo ele, pedia para formalizar o pedido.


“Ele era uma pessoa que todo empresário gostaria de conhecer, por causa da força que tinha.” Gomes afirma jamais ter usado o nome de Renan nas conversas com Paulo Roberto nem ter atendido a alguma solicitação de Renan relativa à Petrobras. Ele afirma, ainda, que nunca teve relação comercial com Paulo Roberto. Renan, como sempre, também nega relações com Paulo Roberto.

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