Na Europa, lobista do PMDB, diante do sucesso da negociação da delação
do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, acena que pode contar
tudo: empreiteiras e companheiros do Petrolão, estão em polvorosa.
Foto: Diario do Poder
INTIMIDADE COM O PODER
- Paulo Roberto Costa (à esq.), chamado de “Paulinho” por Lula, reunido
com o então presidente Luis Inácio Lula da Silva, o presidente da
Petrobras Sérgio Gabrielli, a Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff
O lobista Fernando Soares, o “Fernando Baiano”, que atuava em nome do
PMDB no escândalo de corrupção do Petrolão, mandou recados ameaçadores
para as empreiteiras, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um
dos delatores do esquema, e até para os políticos do PMDB, segundo
informa a edição deste final de semana da revista Época.
Ele
está na Europa e, segundo a revista, foi orientado a não voltar ao
Brasil por enquanto. E pretende negociar delação premiada com ao
Ministério Público Federal e a Justiça Federal do Paraná.
O
lobista informou à revista, por meio de amigos, que guardou provas sobre
alguns dos principais envolvidos no esquema. Fernando Baiano assegura
que mantém evidências dos pagamentos feitos a ele por empreiteiras, como
Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, e provas de quanto repassou a Paulo
Roberto – em dinheiro vivo e em contas secretas no exterior. Contas que, segundo Baiano, Paulo Roberto escondeu até agora das autoridades.
Deputado Aníbal Gomes
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O
mesmo tipo de prova incrimina, segundo o relato de Baiano, deputados e
senadores do PMDB, assim como as campanhas do partido em 2010. A
interlocutores, Baiano garantiu ter repassado o equivalente a US$ 8
milhões às campanhas do PMDB em 2010. Parlamentares e operadores do PMDB
confirmaram à revista o papel desempenhado por Baiano, embora não
soubessem precisar o montante repassado por ele.
Em seus
depoimentos que espantaram o País, Paulo Roberto Costa e o megadoleiro
Alberto Youssef confirmaram que o lobista Fernando Soares era o operador
do esquema com o PMDB. O envolvimento do PMDB no esquema, dizem os
delatores, é vasto. Segundo Paulo Roberto, o senador Renan Calheiros era
beneficiado pelos desvios na Transpetro.
Um dos episódios
contados por Paulo Roberto envolve o deputado Aníbal Gomes, do PMDB do
Ceará. Gomes, segundo o relato, levou um empresário amigo a Paulo
Roberto, para que ele o ajudasse a resolver uma pendência judicial na
Petrobras. Gomes, disse Paulo Roberto, usou o nome de Renan. Procurado,
Gomes confirmou as visitas a Paulo Roberto.
“Paulo Roberto é
meu amigo. É meu conhecido há 12 anos. Sempre foi uma pessoa muito
decente e educada. Era um marqueteiro da Petrobras. Um vibrador (sic)
pela empresa.”
Gomes diz que “pode ter acompanhado empresários”
em visitas a Paulo Roberto. “Mas não consigo lembrar quem”, diz. Ele
afirma que às vezes alguns pediam para agilizar uma audiência com Paulo
Roberto. E Paulo Roberto, segundo ele, pedia para formalizar o pedido.
“Ele era uma pessoa que todo empresário gostaria de conhecer, por causa
da força que tinha.” Gomes afirma jamais ter usado o nome de Renan nas
conversas com Paulo Roberto nem ter atendido a alguma solicitação de
Renan relativa à Petrobras. Ele afirma, ainda, que nunca teve relação
comercial com Paulo Roberto. Renan, como sempre, também nega relações
com Paulo Roberto.
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