Por essa os moradores do Sudeste não esperavam:
Ironia do destino. Rechaçada com preconceito, xenofobia e ódio
por muitos brasileiros que moram na região Sudeste, a região Nordeste do Brasil
é quem está garantindo o equilíbrio no consumo de energia elétrica de
paulistas, mineiros, cariocas e capixabas. Desde o último dia 3 de agosto, em
cada domingo, com exceção do dia 5 de outubro, vem sendo programada a produção
nordestina de energia acima do consumo, para envio ao Sudeste.
Com uma população de 80,3 milhões de pessoas, a região Sudeste é
ao mesmo tempo a maior produtora e consumidora de energia do Brasil. Concentra
mais de 60% da geração de eletricidade e sempre gerou excedente para o
Nordeste, onde a produção é abaixo do consumo. Mas a escassez derrubou o nível
dos reservatórios do Sudeste a 18%, uma situação crítica e que desde julho
derrubou em mais de 10% a geração hidrelétrica. No mesmo período, a produção
térmica na região subiu mais de 30%, batendo 42% só no mês passado.
No Nordeste, o recuo médio das hidrelétricas também ficou acima
de 10% no ano. A questão é que, para segurar a queda na região e ainda enviar
para o Sudeste, as térmicas dispararam tanto que em agosto a alta foi de 142%,
um aumento que no mês passado ficou em 62%.
Apesar da ironia, esse novo padrão na troca de energia, com a
ajuda nordestina sempre programada para os domingos, não é benéfica para o
sistema elétrico nacional. Ele veio por causa do Estado crítico dos
reservatórios em Estados como São Paulo, pela falta de água, e tanto o Sudeste
quanto o Nordeste compensam a escassez de chuvas com usinas térmicas, uma
eletricidade cara e poluente. O custo é mais alto para o Brasil inteiro, não
importa onde você mora.
As térmicas geram eletricidade com a queima de gás ou óleo e
podem ser ligadas a qualquer momento. Elas se multiplicaram após o racionamento
de 2001, causado justamente pela falta de chuvas, para dar segurança ao País.
Desde setembro de 2012, contudo, a seca que afeta o Nordeste e o Sudeste
motivou o uso regular das usinas.
“A situação hídrica difícil não é do Sudeste ou Nordeste. É do
Brasil inteiro”, afirma José Antônio Feijó, do Instituto Ilumina. Ele diz não
lembrar de o Nordeste já ter exportado energia. “É um fato bastante inusitado”,
comentou no Jornal do Commercio do Recife. (Fonte: Pernambuco 247).
*Na imagem do Portal G1 Cânion do São Francisco
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