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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A MATANÇA EM NOME DE DEUS

Não é preciso conhecer Paris nem o jornal Charlie Hebdo para saber que os jornalistas e cartunistas exageraram na dose. “Cutucaram o cão com vara curta”, para usar um dito popular aqui no Brasil. Nem por isso se justifica a ação dos dois irmãos mulçumanos que foram na sede do jornal francês e assassinaram 12 pessoas. "Inocência" ou burrice de um lado, barbárie do outro. 

Aí tem gente, inclusive na grande imprensa, que fica procurando quem está certo neste triste episódio que abalou a Europa e o mundo. Ninguém está certo. “Tá todo mundo louco”, como dizia o refrão de uma música popular de anos atrás.

Ninguém é obrigado a ser Mulçumano, nem Cristão ou Budista. Mas há de se respeitar as crenças. Religião é assunto muito sério e liberdade de imprensa não significa que se possa achincalhar com a fé de quem quer que seja.

Muito já se roubou e se matou em nome de Deus. E isso vai continuar, pois estamos em pleno século XXI e apesar da revolução sexual, dos avanços econômicos e sociais, da evolução tecnológica, os fanáticos estão logo ali na esquina.

O terrorismo é uma praga. Um erro. Uma loucura.

Mas não há Reagan, Bush ou Obama que consiga extirpar esse mal da face da terra, porque o homem é complexo, é resultado de contradições, de explorações, da ignorância, da fome de comida e da falta de oferta do saber. E todos em maior ou menor grau se tornam psicóticos.

Quem pretende explorar politicamente os assassinatos da França (que levaram a mais assassinatos, como nos atos de vingança dos velhos faroestes), quem vê esse caso com viés ideológico está próximo de se nivelar aos caricaturistas que brincaram com fogo ou aos muçulmanos que defenderam o profeta Maomé na bala.

É tudo uma grande loucura.

Numa de suas canções a favor da paz, Roberto Carlos pregou:

"Deus é pai e o amor não faz a guerra
Peço paz irmãos, aqui na terra.
Antes que o azul do céu se inflame
e a dor nos oceanos se derrame
Deus é pai e o amor não faz a guerra
Peço paz irmãos, aqui na terra, na terra..."

A canção é bonita, mas é só uma canção e o próprio artista não é nenhum santo, como se tem mostrado ultimamente.

O homem tem a índole da violência, tem um lado de bicho e continuará matando.

Muitas vezes em nome de Deus.

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