Calçadão de Feiras: Vereadores de Oposição apresentam denúncia sem fundamento
Em participações no programa Estúdio 1, da rádio Polo FM, os
vereadores da bancada de oposição em Santa Cruz do Capibaribe Ernesto
Maia (PSL), Carlinhos da Cohab (PSL), Deomedes Brito (PT) e Fernando
Aragão (PROS) apresentaram duas novas polêmicas relacionadas ao novo
Calçadão Miguel Arraes de Alencar.
Orçado em cerca de R$ 15 milhões, o novo Calçadão tem como objetivo
dar um local digno a cerca de 4000 feirantes que ocupavam a antiga área
conhecida como “Poeirão”, que ficava por trás do Moda Center Santa Cruz.
Com a inauguração da obra em 18 de dezembro de 2014, a tão sonhada
primeira feira no novo espaço comercial era mais do que aguardada e ela
aconteceu nesta segunda-feira (12), mas os dois dias que antecederam
momento histórico foram marcados por polêmicas relacionadas à
organização e distribuição das bancas de ferro destinadas aos feirantes.
Cada um deles pagou entre R$ 380,00 e R$ 400,00 por cada uma delas,
bancas estas que foram confeccionadas também pela empresa RS
Metalúrgica, sediada no município de Caruaru.
Passado o primeiro dia de feira, nesta terça-feira (13) surgiram duas
novas polêmicas relacionadas a dois pontos que atingem diretamente as
bancas de ferro dos feirantes.
Gravação apontaria que as bancas de ferro deveriam estar incluídas no valor total do projeto
Na primeira parte de suas participações, os vereadores apresentaram a
cópia de parte de um áudio de uma entrevista concedida pelo
ex-governador João Lyra Neto (PSB).
A entrevista foi concedida na Rádio Cultura FM de Caruaru em 26 de
dezembro de 2014 e nela, o ex-governador afirma que a confecção das
bancas de ferro estariam inclusas no valor total da obra.
“Investimos R$ 15 milhões e entregamos 4000 bancos às pessoas que não tinham condição de pagar. Sabe quanto eles pagaram? Zero! Não pagaram um centavo. O Governo não só investiu R$ 13,5 milhões na construção do galpão, são 25 mil metros de área… Imagine dois hectares e meio de área coberta e os bancos. Fizemos R$ 1,5 milhão no acesso, isso para atender ao pessoal que não podia pagar”, frisou o ex-governador.
Questionado por Ralph Lagos, debatedor do programa Rádio Debate, se
João Lyra teria dito tal informação sem conhecimento de causa, o que
poderia evidenciar um equívoco nas palavras ditas por ele na entrevista,
Fernando Aragão retrucou e disse que João Lyra não diria algo assim se
não conhecesse do projeto do Calçadão.
Vereador Carlinhos da Cohab alegou que empresa que construiu bancas de ferro não existia
Durante sua participação no programa, o vereador Carlinhos da Cohab
(PSL) alegou que a empresa RS Metalúrgica não existiria e que, no local,
situado na Rua Antônio Martins – 245, no Bairro Vassoural, haveria
apenas um estacionamento.
O vereador chegou a apresentar algumas fotos, mostrando que, no
endereço citado, há um estacionamento, mas a imagem não mostra, de
maneira mais aberta, todo o local nas proximidades.
Investigações feitas pelo Blog apontam que denúncia dos vereadores não tem fundamento
A equipe do Blog do Ney Lima fez investigações com base nos conteúdos
apresentados pelos vereadores e constatou que as afirmações feitas por
eles tiveram como base um equívoco cometido pelo ex-governador.
Consultamos o Diário Oficial do Estado (DOE) com a data de 20 de
setembro de 2013 e nele descreve que o valor do convênio firmado entre a
Prefeitura e o Governo Estadual, no valor de R$ 13.298.149,19 foram,
especificamente, destinados à construção da cobertura e do piso do
Calçadão, ficando de fora as bancas de ferro.
.
Empresa responsável pela confecção das bancas existe
Durante o andamento das investigações feitas pela nossa equipe, comprovamos que a empresa RS Metalúrgica existe, de fato.
Atualmente, a empresa funciona no Distrito Industrial de Caruaru, com
endereço na Rua Francisco Cordeiro de Souza PDSA, Módulo II – 413,
inclusive emitindo notas fiscais de todas as bancas com o endereço
citado.
Para alegar que a empresa não existia, os vereadores usaram, como
base, o endereço presente no talão de pedidos, onde funcionava a empresa
e hoje funciona o estacionamento e o lava-jato, do mesmo dono.
.
Nossa equipe conversou com o proprietário da empresa, Reinaldo Silva
de Souza, que nos informou que, hoje mesmo, está produzindo 1200 bancas
para o Calçadão.
“O problema é que muitas pessoas pediram as bancas de última hora, o que fez com que parte delas não fossem entregues no prazo da primeira feira”, disse Reinaldo.
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