Presidente interino do PL em Pernambuco, Charles Ribeiro, e o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD). Foto: reprodução do Facebook |
Existem 32 partidos registrados no Brasil. Questionado sobre o que
justificaria a criação de uma nova legenda, o presidente interino do
novo Partido Liberal (PL) em Pernambuco, Charles Ribeiro, é direto em
dizer que o principal objetivo é atrair políticos insatisfeitos em suas
siglas atuais. Até 30 dias após a criação de um partido, deputados e
vereadores podem se filiar sem ter seus mandatos ameaçados.
“Se eu tivesse um mandato eletivo e estivesse insatisfeito com o meu
partido, só poderia migrar se tivesse sendo perseguido, o que é difícil
de comprovar, ou abrindo mão do mandato. Isso é que está motivando a
nossa formação”, afirmou Charles Ribeiro ao Blog de Jamildo, por
telefone, nesta segunda-feira (12).
O partido em vias de ser oficializado pela Justiça Eleitoral tem como
principal articulador nacional o ministro das Cidades, Gilberto Kassab
(PSD), e, em Pernambuco, o apoio do secretário estadual das Cidades,
André de Paula (PSD).
Desde outubro de 2013, novos partidos não têm mais direito a tempo de
televisão e rádio e a receber fundo partidário antes da próxima eleição
para a Câmara Federal; o que só acontecerá em 2018. O PL, porém, deve
ser fundido com o PSD já existente; o que pode levar Kassab a comandar a
segunda maior bancada no Congresso, desbancando o PMDB.
O governador Paulo Câmara (PSB) e o secretário das Cidades, André de Paula (PSD). Foto: reprodução/Facebook |
“Existe uma intenção de fazer a fusão”, admite Charles. Ele diz, porém,
que a decisão só será tomada após a formalização do PL, o que deve
acontecer em março.
Desde o final do segundo turno, em outubro do ano passado, os aliados de
Kassab passaram a intensificar o trabalho de coleta de assinaturas. Em
Pernambuco, a meta é atingir 25 mil. Até o último balanço, feito há
quatro dias, o PL já havia conseguido 10 mil assinaturas, das quais 3,5
mil já foram certificadas em cartório.
Charles Ribeiro não revela que políticos pernambucanos poderiam
ingressar no PL. Diz apenas que a lista pode incluir vereadores do
Recife e deputados federais e estaduais com base política no interior.
Os convites estão sendo feitos por André de Paula.
Questionado se houve algum movimento para atrair para o PL o senador
eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB), que chegou a se reunir com Kassab
na semana passada, Ribeiro negou. “Da nossa direção, nada”, assegura.
Além de permitir que políticos deixem seus partidos para ingressar numa
nova sigla sem perder o mandato, a criação do novo PL também deve
permitir a adesão de políticos hoje na oposição, que queiram se
aproximar do governo Dilma Rousseff (PT).
O PSB pode ser uma das principais legendas a perder integrantes. Dentre
os nomes citados, está o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, que
apoiou Dilma no segundo turno.
No final do ano passado, Kassab chegou a procurar Paulo Câmara e o
prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), para pedir apoio na criação do
PL em Pernambuco.
Ao contrário do que fez Eduardo Campos na época do PSD, porém, a
articulação tem ocorrido independente do Palácio do Campo das Princesas,
com as assinaturas puxadas por prefeitos e vereadores do PSD.
Do Blog do Jamildo
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