Da Folha de S.Paulo - Diógenes Campanha
Principal
adversário da família Sarney no Maranhão, o governador do Estado,
Flávio Dino (PC do B), abriga em postos importantes parentes, namorada e
até sócio de aliados.
A
prática não configura nepotismo, já que os nomeados não atuam nos
mesmos órgãos que os auxiliares aos quais são ligados. Mesmo assim, vem
rendendo críticas a Dino, que condenava o nepotismo no governo dos
Sarney.
O
secretário de Articulação Política, Márcio Jerry, tem a namorada
chefiando o gabinete do governador e a irmã dela como número dois da
pasta de Esporte e Lazer.
A
professora Joslene da Silva Rodrigues, namorada de Jerry, é dirigente
do PC do B e próxima de Dino. Atuou na coordenação das campanhas e em
seu gabinete quando ele foi deputado federal.
A
irmã dela, Joslea, foi nomeada secretária-adjunta de Esporte.
Ex-judoca, chefiou o departamento do idoso da pasta na gestão Roseana
Sarney (PMDB) e atuou no Ministério do Esporte, comandado até 2014 pelo
PC do B.
Na
Secretaria de Representação Institucional do Maranhão no DF, a adjunta
carrega um sobrenome conhecido: Liz Ângela Gonçalves de Melo é irmã do
presidente do instituto de terras do Estado.
Ana
Karla Silvestre Fernandes, mulher do ex-governador e futuro secretário
de Minas e Energia, José Reinaldo Tavares, foi nomeada corregedora-geral
do Estado.
Outro
parente nomeado, o advogado César Pires Filho, assessor jurídico do
Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão, tem sangue
oposicionista. Seu pai, o deputado estadual César Pires (DEM), foi líder
do governo Roseana na Assembleia.
A
presença de familiares no governo era uma das principais críticas da
oposição nos anos de predomínio do grupo de Sarney. Um dos exemplos mais
conhecidos era Ricardo Murad, cunhado de Roseana, que comandou a
Secretaria da Saúde até o 2014.
Além
de parentes, a gestão Dino terá o antigo sócio de um secretário
justamente na pasta de Transparência e Controle, uma das principais
promessas de sua campanha.
O
titular, Rodrigo Lago, nomeou como chefe da assessoria especial Marcos
Canário Caminha, com quem dividia um escritório de advocacia.
Embora o governo defenda as nomeações, um de seus auxiliares admite "incômodo político".
"Do
ponto de vista jurídico, é evidente que não caracteriza nepotismo. Sob o
ponto de vista político, não deixa de ser um certo incômodo, porque
afinal de contas a gente vinha se debatendo com o grupo Sarney", afirma o
futuro secretário de Representação Institucional no DF, Domingos
Dutra.(Da Folha de S.Paulo)
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