O agente da Polícia Federal Newton Ishii não usa mais tornozeleira eletrônica. Conhecido como o "Japonês da Federal", ficou famoso ao escoltar os principais envolvidos na Operação Lava Jato que foram detidos e encaminhados à sede paranaense da instituição.
A informação foi confirmada ao UOL nesta quinta-feira (20) pela assessoria de imprensa da Polícia Federal em Curitiba, onde Ishii é chefe do núcleo operacional. Uma das atribuições dele nessa função diz respeito à custódia e escolta de presos.
No local estão 16 presos na carceragem, 13 deles réus da Operação Lava Jato, como o ex-deputado Eduardo Cunha, o ex-ministro Antonio Palocci, o doleiro Alberto Yousseff e o empresário Marcelo Odebrecht. Os demais presos respondem por tráfico de drogas e contrabando.
Segundo a assessoria da instituição em Curitiba, o uso de tornozeleiras pelo agente, desde junho passado, deveria ocorrer até esta sexta-feira (21), mas ele obteve a remissão de 27 dias da pena por ordem da Justiça Federal porque, desde que começou a usar o dispositivo, teria um dia de pena abatido a cada três dias trabalhados. O cumprimento da medida terminou no último dia 4.
Ishii foi condenado em 2009 por corrupção e descaminho porque teria facilitado a entrada no Brasil de produtos contrabandeados do Paraguai. Ele recorreu da decisão em instâncias superiores, mas, em março deste ano, a condenação foi mantida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). O agente pegou quatro anos e dois meses de prisão, mas não perdeu o cargo público.
Ele chegou a se apresentar e ser preso, mas, como era réu primário e não tinha cometido o crime mediante violência, foi beneficiado pelo regime semiaberto, com uso de tornozeleira com a ressalva de que permanecesse em casa entre 23h e 5h e aos finais de semana, além de não se ausentar de Curitiba e região metropolitana sem autorização.
Com tornozeleira, o agente escoltou preso da Lava Jato. Ishii chegou a ser visto escoltando presos da Lava Jato no mês passado, no período em que usava as tornozeleiras. Nesta quinta-feira (20), foi visto várias vezes de passagem durante o turno de trabalho na Superintendência da Polícia Federal.
Questionado pela reportagem do UOL sobre as tornozeleiras, ele admitiu que não as usa mais, mas preferiu não comentar mais o assunto. Discreto, de poucas palavras, o agente também negou pedidos de selfies de curiosos que o identificaram como o "Japonês da Federal" e o cumprimentaram.
No começo do ano, a popularidade fez com que ele fosse tema até de marchinha de carnaval que acabou atualizada depois que ele foi preso. Em fevereiro, durante uma visita à Câmara dos Deputados, foi tietado por deputados e posou para selfies com os parlamentares.
Fonte: Portal Bol.
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