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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

PALÁCIO DO PLANALTO FICA SEM OBRAS SACRAS

Michelle mandou retirar as obras sacras do Palácio
Reportagem de Mariana Carneiro e Gustavo Uribe na Folha de S.Paulo informa que, com a posse de Jair Bolsonaro, obras de arte com imagens sacras devem ser transferidas do Palácio da Alvorada, onde irá morar a família do presidente eleito, rumo ao Palácio do Jaburu. Hoje, a residência oficial apresenta como parte de seu mobiliário cinco peças de simbologia católica: um par de anjos barrocos tocheiros, na biblioteca, e quatro estátuas de santos nas salas de música e de estado.
De acordo com a publicação, uma das imagens é uma representação em madeira de Santa Bárbara, do século 18. O vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, confirmou o recebimento da escultura. “Ela é, inclusive, padroeira da artilharia”, disse à Folha. O general e sua mulher são católicos e, assim como o presidente eleito, ele estudou na Academia Militar das Agulhas Negras com especialidade em artilharia. (…) 
Segundo relatos feitos à Folha por três funcionários do Palácio do Planalto, a transferência ocorrerá após a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ter demonstrado um desejo na retirada das obras. Ela teria perguntado se seria possível que as obras deixassem o Palácio da Alvorada.
Procurada pela reportagem, a assessoria da futura primeira-dama informou que ela não tinha interesse em falar com a Folha. A mulher do presidente eleito frequenta a Igreja Batista Atitude, no Rio de Janeiro. As denominações evangélicas não costumam adorar esculturas de santo. Para o ex-curador da Presidência da República Rogério Carvalho, a futura primeira-dama tem sido mal assessorada. Na sua avaliação, é natural que o novo presidente faça mudanças na área privativa, cujo acesso não é público. “Mas, na parte pública, o ideal é que as peças de arte sejam mantidas para preservar a leitura histórica”, disse. Ele conta que, de acordo com relatos de antigos funcionários da Presidência da República, no passado, o presidente Ernesto Geisel, que era luterano, pediu a retirada da pintura “Orixás”, de Djanira da Motta, completa a Folha.

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