O grupo Globo apoiou o golpe militar de 1964 e o golpe disfarçado de impeachment de 2016.
As emissoras de rádio, o jornal, a TV e os portais da família Marinho satanizaram Lula e criminalizaram o PT quanto puderam.
Assim, o poderoso conglomerado de comunicação colaborou com a criação da serpente do fascismo, que chegou ao poder ao Brasil, em 2018, através do voto.
Na campanha de quatro anos e meses atrás, porém, o sistema Globo, principalmente a emissora de televisão, anteviu o perigo.
Quem acompanhou o Jornal Nacional, na época, sabe que não houve apoio a Bolsonaro.
Os jornalistas da empresa, como William Bonner e Renata Vasconcelos, ficaram meio que em cima do muro.
Tentaram dar uma puxadinha para Fernando Haddad, mas sem muita moral pra isso, pois passaram anos massacrando Lula, Dilma e o PT.
Somente com a ascensão do capitão à presidência, a Globo se tocou.
A família Marinho e seus funcionários, parecem ter se tocado, lembrando aquela velha máxima que diz: "Eu era feliz e não sabia".
A Globo, Bonner, Renata, até a Miriam Leitão parecem ter chegado à conclusão de que perto de Bolsonaro o Lula é um doce.
Na campanha de 2022, a cobertura dos veículos da empresa Globo não alisou pra Bolsonaro. E já não tratou tanto o Lula como um criminoso.
No dia da apuração, a máscara dos medalhões da emissora de TV caiu de vez. William Bonner não escondeu estar na torcida pela vitória do petista e quando pôde anunciar a vitória do líder da esquerda não disfarçou a alegria.
Após as primeiras declarações do presidente eleito, Bonner respirou aliviado, como se fizesse isso pela primeira vez em quatro anos.
Instalado o governo, os veículos da empresa Globo deram um tratamento decente ao presidente, noticiaram de maneira positiva os nomes dos ministros escolhidos pelo Lula.
Ainda hoje a emissora, o site, o jornal, estão sendo simpáticos ao novo governo.
Um contraste total com o que fizeram anteriormente, principalmente com a Dilma, a quem ajudaram - muito - a derrubar.
Mas não há condição de alguém inteligente, educado, bem informado - que preze pelos valores democráticos - defender o nome do ex-presidente do Brasil.
Um sujeito que foi deputado 28 anos e nunca fez nada de relevante. Como presidente, não deixou uma marca, instigou o ódio, foi omisso na pandemia, com sua turma espalhou fake news os quatro anos, se mostrou incompetente e comandou uma equipe de figuras grotescas, corruptas, inábeis.
A Globo não monopoliza a televisão brasileira há meio século à toa.
Os Marinho não construíram um império por um lance de sorte.
Há inteligência e capacidade na empresa desde os tempos do patriarca Roberto Irineu Marinho.
Eles - pai, filhos, parentes e aderentes - podem ser capitalistas, conservadores e reacionários, mas burros não são.
Os bolsonaristas - a expressão criada a partir do falso mito soa quase como um palavrão - são em geral estúpidos, oportunistas, desonestos, preconceituosos, limitados e golpistas, embora alguns deles nem alcancem o significado desta última palavra.
Diante desta realidade, a Globo optou pelo que acha melhor para o Brasil (e para si) no momento.
Lula é extremamente inteligente, preparado, articulado e defende a democracia como poucos.
Montou um time de primeira para comandar o país. Está com uma vontade de acertar que salta aos olhos.
Em meio à herança maldita que recebeu, às dificuldades, tem dado respostas rápidas, demonstrando energia, jovialidade, quando já completou 77 anos.
O mundo - vamos alargar a discussão - não precisa de Trumps, Bolsonaros, Moros e Muros.
Fascistas só trouxeram sofrimento à humanidade. na Espanha, em Portugal, na Itália, na Alemanha, na Argentina, no Brasil.
Ditaduras são terríveis. Sejam de direita ou dita de esquerdas.
A democracia, a educação, a cultura, o fim das desigualdades, a justiça social, e em todos os níveis; é esse conjunto de valores que poderá tornar o Brasil e o mundo melhores.
Lula também tem sido mais tolerante com a Globo, sabiamente perdoou a emissora por todo o mal que lhe causou (e ao seu partido, e ao Brasil).
Essa convergência é positiva. Que o presidente, juntamente com Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Marina Silva, Rui Costa, Camilo Santana, Simone Tebet, Wellington Dias, André de Paula, Paulo Câmara, Luciana Santos, Anielle Franco e todos os demais que hoje formam a Frente Ampla consigam reconstruir o país, melhorar a vida do povo, trocar o ressentimento pelo amor e encher de esperança os brasileiros, que têm sofrido muito nos últimos anos, e agora merecem um alento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, registrar E-mail