Lula e Zanin
Moro e Batoré
A posse de Cristiano Zanin como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (3), foi bem prestigiada. As principais autoridades do Brasil estavam presentes e uma ausência foi particularmente notada: a do senador do Paraná, Sérgio Moro, do União Brasil.
Não faltaram ironias com relação ao ex-juiz, que tem sido comparado nas redes sociais ao humorista Batoré. Se bem que este último afirme que político de direita é mais feio.
Quando juiz todo poderoso, incensado pela mídia, muitas vezes Moro agiu de forma arbitrária, cerceando o trabalho de Cristiano Zanin, advogado que livrou Lula de todas as acusações formuladas contra ele.
O então juiz de Maringá perseguiu o líder petista, o colocou na prisão sem provas dos crimes de que foi acusado, tirando-o da disputa eleitoral de 2018. Graças a essa artimanha, foi pavimentado o caminho para a eleição do extremista de direita Jair Bolsonaro.
Como prêmio ao trabalho sujo, o presidente em 2019 nomeou Sérgio Moro como ministro da Justiça. O objetivo do magistrado, no entanto, era ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro, porém, descartou logo seu aliado que saiu do governo "atirando". Pretendia ser candidato a presidente da República, mas não teve apoios sequer para viabilizar esse projeto.
Restou ao "Marreco de Maringá", como é chamado de forma pejorativa, disputar uma cadeira no senado, conseguindo se eleger.
Seu mandato, no entanto, está seriamente ameaçado. Jornalistas e políticos contam como certa a cassação de Moro, por abuso de poder político e econômico na campanha. Seu caso é mais grave do que seu comparsa, Deltan Dallagnol, que já foi expulso da vida política.
Assim, nas voltas que o mundo dá Lula saiu da prisão para voltar à presidência da República. E Cristiano Zanin, a quem Moro tentou humilhar várias vezes está no Supremo no lugar ambicionado pelo ex-juiz.
A grande mídia, responsável por fazer de Sérgio Moro um herói justiceiro, nunca fez autocrítica. Mas ele não é bem quisto no Congresso, não tem mais a confiança da direita a quem serviu e a esquerda se puder bota ele na "forca".
A cerimônia foi presidida pela ministra Rosa Weber, com a presença de Lula, dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria-Geral da República.
Cassação de Deltan e ascensão de Zanin é só o começo. Deve vir muito mais por aí, pois ninguém vai fazer nada pelo senador paranaense. Tanto é que existem logo dois processos de cassação contra ele: um por iniciativa do PT e outro do PL. Os dois partidos são antagônicos, mas têm em comum isso: tirar Sérgio Moro da vida pública.
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