"Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito".
A frase da música de Milton Nascimento vale para o elo que existe entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e seu padrinho político, Jair Bolsonaro.
O governante paulista enviou à Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto de lei concedendo anistia às multas impostas por violações das normas sanitárias durante o período da pandemia de Covid-19.
O projeto vai beneficiar principalmente o ex-presidente, que foi alvo de múltiplas penalidades por se recusar a utilizar máscara em seus eventos.
Em junho, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 87.400 das contas de Bolsonaro devido à falta de pagamento das sete multas aplicadas devido ao seu não uso de máscara em ocasiões quando esteve em cidades do Vale do Ribeira.
“Ficam canceladas as multas administrativas, bem como os respectivos consectários legais, aplicadas por agentes públicos estaduais em razão do descumprimento de obrigações impostas para a prevenção e o enfrentamento da pandemia de Covid-19”, diz o texto do projeto proposto pelo governador de São Paulo.
De acordo com o governo, as multas tinham uma natureza educativa e não visavam a arrecadação financeira. Tarcísio nega que o perdão seja para beneficiar o amigo. Atualmente, o estado possui um número aproximado de 10 mil infrações pendentes.
Com essa anistia do governo paulista, o líder político da extrema direita não precisará fazer nova campanha para arrecadar dinheiro por doações via pix.
Talvez Tarcísio de Freitas nem esteja ajudando tanto assim. Da última vez que rodou a "sacolinha digital", Bolsonaro embolsou às custas de um bando de otários mais de 17 milhões de reais.
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