O advogado pernambucano Fernando Coelho (não tem nada a ver com os Coelho de Petrolina), levanta hoje uma questão importante na área política.
Ele pergunta: "Qual foi o mal que Marília Arraes fez a Lula?".
De fato é estranho a neta de Miguel Arraes ter sido esquecida pelo atual presidente da República.
Marília começou a defender o nome do petista bem jovem, contrariando uma vez o avô, que votou em Garotinho para presidente, enquanto ela ia para as ruas do Recife defender o nome de Lula.
Sempre votou no líder petista.
Na campanha passada, para o governo de Pernambuco, atrelou tanto seu nome ao candidato do Partido dos Trabalhadores que alguns até acham que se prejudicou por isso.
Quem se deu bem foi Raquel, que lavou as mãos para a eleição de presidente para poder receber o voto de lulistas e bolsonaristas.
Lula ganhou uma eleição difícil e ao assumir não esqueceu dos pernambucanos: Danilo Cabral, quarto colocado na disputa pelo governo, abocanhou a Sudene. André de Paula, candidato ao senado na chapa de Marília, hoje é ministro.
O ex-governador Paulo Câmara, que foi o saco de pancada na eleição de 2022, está à frente do importante Banco do Nordeste do Brasil, o BNB.
Tadeu Alencar (PSB), que não conseguiu se reeleger deputado federal, exerce importante função no Ministério da Justiça.
Marília chegou a ser cotada para um ministério, a Sudene, a Hemobrás... E nada.
Nos últimos dois meses, parece ter resolvido ir à luta sem cargo nenhum. Está percorrendo o Estado novamente, como na campanha e de uma forma impressionante está dando a volta por cima do baque sofrido na campanha.
Marília, possivelmente, paga o preço de ser independe, altiva e corajosa demais.
Na política, muitas vezes, o prêmio vai para os subservientes, os aduladores.
A ex-deputada, que foi do PSB, do PT e agora está no Solidariedade certamente não se enquadra neste perfil de submissa.
Está pagando caro por isso, até porque tem verdadeiros inimigos na política.
Um prefeito da região, pessoa confiável, me revelou uma vez que o senador Humberto Costa disse com todas as letras: "Marília é nossa adversária". Isso quando ela ainda estava no PT.
Revelação parecida me foi feita por um deputado estadual, há pouco tempo, em Garanhuns: "Marília não vai ser nada. Eu não deixo", teria dito Humberto a este parlamentar.
Tenho plena confiança de que o prefeito e o deputado não inventaram isso. Não têm nenhuma razão pra isso.
Tenho a impressão que a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann também não gosta de Marília. Por conta do episódio de quando ela desafiou o partido na eleição da Mesa da Câmara e ganhou a parada.
Acredito, caro Fernando Coelho, que Marília Arraes não fez mal nenhum a Lula, a Pernambuco nem ao Brasil.
Mas como dizia Cristina Tavares: "Política é jogo sujo. É uma mão no sangue e outra na merda".
É por aí que Marília está sendo castigada sem ter cometido nenhum grande pecado.
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