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terça-feira, 12 de setembro de 2023

ALLYSON DIAS “ATRAVESSOU O RUBICÃO”

 


                Era grande a expectativa entre os opositores do prefeito Lero em relação à estréia do pré-candidato Allyson Dias diante de microfones e entrevistadores. Tão grande que os próprios “bombaram” as lives em que o jovem pré-candidato deu suas primeiras entrevistas, após ter seu nome confirmado como sendo da preferência do prefeito e majoritariamente acolhido na bancada parlamentar da situação. Esperavam um desastre que colocasse o pré-candidato e seu apoiador numa fábrica de memes própria dos meios midiáticos, mas terminou com a imprensa sendo pautada pelas declarações de Alysson.  È muito natural que um candidato ”verde” em disputas eleitorais inicie seus primeiros passos com algum nível de tensão e insegurança, fenômeno que até um veterano pode carregar, evidentemente que em menor grau, mas que é vencido à medida que a pré-campanha avança. O fato é que a “secagem” não produziu as expectativas que os oposicionistas alimentaram, como quem senta numa arquibancada esperando o protagonista do riso entrar no picadeiro.

            Porém, nem entrevistadores, nem opositores esperavam ouvir de Allysson duas “surpreendentes” declarações: a primeira, de que toparia sim, submeter seu nome e o de outros pré-candidatos a uma pesquisa eleitoral para que fosse definido o nome do grupo Calabar; a segunda, de que outros nomes, além de Luiz Floriano, o Batata, poderiam figurar na condição de vice-prefeito. 

Novamente reacendeu-se no coração dos opositores a chama de um desastre, a oportunidade de o pré-candidato ter cometido uma gafe própria de um momento de improvisação. Não observaram que, ao lado de Allyson, estava o pré-candidato a vice Batata, na tranqüilidade de quem sabe que a conjuntura é que define fechamento de chapa eleitoral. E ela lhe é plenamente favorável. Batata, Lero, lideranças políticas do grupo e observadores atentos sabem que o pré-candidato deu um nó em quem o desdenhou e acha que vai abater o candidato do prefeito apostando em “inexperiência”.

             Depois das declarações de Allyson, certamente o ex-prefeito Evilásio deve ter pensado:  “por que não fiz como Lero que, ao ser fritado por mim em 2016, resistiu, continuou no grupo, venceu a disputa interna e consolidou sua candidatura em 2016?”. Como se vê, experiência e orgulho não garantem a tomada das melhores decisões políticas. Caso contrário, não teria esnobado a vice-prefeitura em 2020 para aceitar ser co-piloto agora do grupo Gravatinha do B. E, pior, não teria se escondido na neutralidade enquanto nos bastidores  trabalhava e rezava para que o dono da camisaria tivesse o mesmo destino do pobre Santa Cruz Futebol Clube. Ao sair do grupo se dizendo excluído, Evilásio perdeu a oportunidade de ser em  2024 o Lero de 2016. 

Um prefeito pode ter sua preferência, mas esta, ao longo do processo e das circunstâncias políticas, pode ser mudada por um nome mais viável ou politicamente mais denso. Algo reafirmado pelo próprio Allyson. Saindo precocemente do grupo, Evilásio deixou o caminho livre para que o prefeito, bem avaliado, consolide seu candidato preferido e parta para mais um desafio eleitoral, com grandes chances de um resultado favorável nas urnas.

          A eleição de 2024 vai ser desafiadora. A preço de hoje, o pleito pode ter quatro candidaturas competitivas. Apesar disso, é grande a chance de dois candidatos polarizarem a disputa, considerando a tradição eleitoral de Taquaritinga e as contradições políticas de dois novos grupos dissidentes. E a experiência política dos candidatos não será um coringa capaz de desequilibrar a disputa. 

Pesará muito ainda a velha mística que costuma contaminar a militância nas disputas eleitorais, independente de quem seja o candidato. Portanto, bancando a candidatura Allyson Dias, Lero estará submetendo sua gestão ao jugo popular. E é nela que a oposição deve focar, sob o risco de assistir em 2024 a mesma frustração de agora com as primeiras declarações do pré-candidato Calabar. Imaginaram um “Rubicão” midiático para ele, que, como Júlio César, depois da travessia, pode dizer: “vim, vi e venci”.

             

Gisonaldo Grangeiro, "cearense" de Pernambuco, agrestino do Polo, professor efetivo da Rede Estadual de Educação do Estado do Ceará e da Rede Municipal de Educação de Fortaleza. 

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