A Política da Espiral do Silêncio
Imagem meramente ilustrativa para essa coluna. |
Estudos sobre a Espiral do Silêncio começaram na década de 60. Essa teoria foi proposta especificamente a partir das pesquisas da alemã Elisabeth Noelle-Neumann. Na Alemanha, entre 1965 e 1972, durante as campanhas eleitorais Noelle-Neumann percebeu uma súbita mudança de opinião, dos eleitores, na reta final do processo de eleição. De acordo com seus estudos, ao mudar de opinião, os eleitores buscavam se aproximar das opiniões que julgavam dominantes.
A idéia central desta teoria situa-se na possibilidade de que os agentes sociais possam ser isolados de seus grupos de convívio caso expressem publicamente opiniões diferentes daquelas que o grupo considere como opiniões dominantes. Isso significa dizer que o isolamento das pessoas, de afastamento do convívio social, acaba sendo a mola mestra que aciona o mecanismo do fenômeno da opinião pública, já que os agentes sociais têm aguda percepção do clima de opinião. E é esta alternância cíclica e progressiva que Noelle-Neumann chamou de Espiral do Silêncio, (LAGE, 1998, p. 16).
Existe uma tendência de acompanhar a opinião da maioria das pessoas, talvez por medo do fator isolamento, isto pelo fato de, em geral, a sociedade exigir uma certa conformidade com o tema em discussão. Este cenário tem a finalidade de manter-se um mínimo de unidade para garantir coerência.
Isto posto, vejo que depois de tanto tempo, e de tanta informação disponível para as pessoas, a teoria da espiral do silêncio se encontra impregnada dentro da política do pólo de confecções. Em Pão de Açúcar por exemplo, o que vejo são pessoas que são induzidas a ser de um determinado grupo político simplesmente porque a maioria da população do distrito pertence a esse mesmo grupo político, e o mêdo de não pertencer a uma "elite" dominante, mesmo que o indivíduo permaneça nessa elite apenas para votar e dar poder, faz com que essa tendência de ir em busca de pertencer a esse grupo seja temporariamente satisfatório para algumas pessoas. Isso sem contar o mêdo de perder os empregos, e outras benefesses trazidas pelo poder . Em Santa Cruz, esse mesmo fenômeno acontece com a idolatria ao deputado Zé Augusto Maia. Mesmo sabendo dos acontecimentos envolvendo o deputado, a população, inconscientemente é induzida pela Espiral do Silêncio a idolatrar o político. Infelizmente, silêncio ou cumplicidade também se seguem a este absurdo, já nos basta um processo eleitoral tisnado pela absoluta ausência de limites e de compostura de alguns políticos, que são até capazes de manda matar para ter o poder.
Combato sim, os cúmplices barulhentos desse aviltamento institucional. Mas meu respeito por eles ainda é ligeiramente maior do que pelos silenciosos cúmplices. E nem me ocorre aquele papo de que pior é o “silêncio dos bons”. Afinal, se bons, por que silenciosos? Se silenciosos, por que bons? A democracia e o estado de direito pedem clareza!
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