Com todo o respeito, mas os principais partidos, com raras exceções, estão disputando o campeonato nacional com o segundo time, daí as arquibancadas vazias. Em vez de figuras exponenciais em suas presidências, como era de praxe, os partidos são hoje dirigidos por políticos de menor expressão e perfil, desconhecidos até da maioria de seus correligionários.
O PMDB, para começar: de Ulisses Guimarães a Orestes Quércia, Paes de Andrade e até Michel Temer, está presidido por Waldir Raupp, senador por Rondônia, que pelo noticiário ainda não reuniu uma só vez a executiva nacional. Nenhum pronunciamento se conhece de sua autoria, apenas ocupa a vaga aberta com a ida de Michel Temer para a vice-presidência da República, abrindo-se a dúvida sobre quem manda mesmo na legenda.
O PT, depois de fundado e presidido pelo Lula, seguido de José Dirceu, vê-se agora conduzido por Rui Falcão, deputado estadual em São Paulo, senão contestado ao menos ignorado pelo fundador e pela presidente Dilma Rousseff. Fosse feita uma enquete entre os companheiros do país inteiro, quantos responderiam conhecer o passado e até o nome do atual presidente?
O PSDB sofreu uma diminuição de fato, pois o atual presidente, Sérgio Guerra, sequer conseguiu manter sua cadeira no Senado, representando Pernambuco. Conformou-se com a eleição para deputado federal. É dos que mais se pronunciam, mas perdeu a unanimidade. José Serra gostaria de ocupar a vaga, coisa de que Aécio Neves e Geraldo Alckmin discordam, preferindo a continuação do titular, que influenciam.
O PTB, de Getúlio Vargas e João Goulart, vive hoje num cone de sombra, presidido pelo ex-deputado Roberto Jefferson, cassado e permanentemente excluído das reuniões com o governo, de Lula a Dilma Rousseff. Jamais cumprimentou a presidente e não foi convidado para sua posse, apesar de o PTB integrar a base parlamentar oficial e ter ministros. Jefferson detém o controle das bancadas mas não aparece.
Leonel Brizola, se estivesse entre nós, perguntaria quem é Ernani Mello, substituto de Carlos Lupi, que foi para o ministério do Trabalho desde os tempos do Lula. Já não era figura nacional, apesar do esforço continuado para suceder o criador do PDT, mas deixou a presidência mais ou menos como Michel Temer deixou o PMDB, atuando na sombra.
Duas exceções, em matéria de ausência de líderes de primeiro time, são registradas no DEM, cujo presidente é o senador José Agripino, e no Partido Socialista, presidido pelo governador Eduardo Campos. Fala-se muito na paulicéia em Gilberto Kassab, prefeito da capital e articulador da fundação do PSD, mas trata-se de um exagero da mídia concentrada na maior cidade do país. Afinal, poucos o conhecem em Araçatuba, Pindamonhangaba ou Ribeirão Preto. Menos ainda tem lembrança do que foi o velho PSD, mas ganhará um prêmio quem supuser o que vai ser.
Vale o mesmo para os pequenos partidos de pouca expressão e ainda menor conhecimento de quem são seus condutores, uma evidência de que, acima e além da reforma política, precisaria acontecer uma revolução na vida partidária. Também, a culpa é deles, que quase sem exceção só pensam em conseguir nomeações.
Escrito por Magno Martins
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