Ricardo Teixeira não é mais presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL), renunciou aos cargos, debaixo de uma saraivada de denuncias, e escanteado pelo Governo Dilma. Em seu lugar assume, José Maria Marin - vice-presidente do Sudeste, que já estava interinamente no cargo após o pedido de licença médica de Teixeira na última semana.
Foto: Reuters
'Fiz nesses anos o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde', diz trecho de carta enviada por Teixeira.
'Fiz nesses anos o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde', diz trecho de carta enviada por Teixeira.
Para o colunista Juca Kfouri, a saída de Teixeira, equivale ao “Sargento Garcia ter prendido o Zorro.”
Diz também que “o país, não apenas o futebol, tem o que comemorar. Lembra que o velho mandatário saiu “ não apenas da CBF, mas, mais importante, também do COL” a comissão organizadora da copa do mundo. Concluiu Kfouri: “O que permite pensar numa Copa do Mundo mais transparente, numa óbvia vitória do governo Dilma Rousseff.”
O site da Globo Esporte comenta depois de 23 anos no poder, Ricardo Teixeira não é mais presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL).
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, na sede da entidade no Rio de Janeiro, José Maria Marin - vice-presidente do Sudeste e mandatário em exercício após a licença médica de Teixeira na última semana - anunciou que o cartola renunciou aos cargos.
Marin, que foi presidente da Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1986, leu uma carta de Teixeira em que o dirigente dizia: "Hoje, deixo definitivamente a presidência da CBF". No texto, o ex-presidente anuncia Marin, de 79 anos, como seu substituto na confederação - já que é o vice mais velho, como manda o estatuto - e no COL.
O paulista disse que ficará no comando da CBF até o final do mandato de Teixeira, em 2015, quando deverão ser feitas novas eleições.
Foto: Reuters
Marin, de 79 anos, assume lugar de Teixeira por ser o vice mais velho da CBF
Marin, de 79 anos, assume lugar de Teixeira por ser o vice mais velho da CBF
No comunicado, Teixeira deixou um "muito obrigado" à torcida brasileira, lembrou os títulos conquistados pela Seleção desde sua chegada em janeiro de 1989 e considerou injustas as acusações que tem sofrido.
"Fiz nesses anos o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde e o convívio familiar. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias", dizia o texto.
"Presidir paixões não é tarefa fácil. O futebol no nosso país é associado a talento e desorganização. Quando ganhamos, despertou o talento. Quando perdemos, imperou a desorganização", completou.
Na última sexta, o dirigente havia pedido licença médica. Na véspera da Assembleia Geral da CBF, que foi realizada dia 29 de fevereiro, ele passou mal durante uma reunião e teve que deixar a sede da entidade com dificuldades de se locomover. Em setembro do ano passado, Teixeira foi internado por dois dias no Rio de Janeiro devido a diverticulite (processo inflamatório e infeccioso do divertículo - bolsas circulares da parede do cólon que têm ligação com o intestino grosso).
Vice-presidente mais velho da CBF, Marin já foi jogador de futebol do São Paulo e até governador do estado de São Paulo, substituindo Paulo Maluf por alguns meses no início dos anos 80. Mas o dirigente acabou famoso no mundo do futebol em janeiro deste ano por ter colocado no bolso uma das medalhas do título do Corinthians na Copa São Paulo de Juniores. Ao assumir o cargo de Teixeira, Marin afirmou que não haverá mudanças na CBF:
- Assumo a presidência de acordo com o estatuto da entidade e cumprirei o mandato até o final para fazer uma gestão de continuidade ao que vinha sendo feito - disse o novo presidente.
OS 23 ANOS DE TEIXEIRA NA CBF
"Fiz nesses anos o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde e o convívio familiar. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias", dizia o texto.
"Presidir paixões não é tarefa fácil. O futebol no nosso país é associado a talento e desorganização. Quando ganhamos, despertou o talento. Quando perdemos, imperou a desorganização", completou.
Na última sexta, o dirigente havia pedido licença médica. Na véspera da Assembleia Geral da CBF, que foi realizada dia 29 de fevereiro, ele passou mal durante uma reunião e teve que deixar a sede da entidade com dificuldades de se locomover. Em setembro do ano passado, Teixeira foi internado por dois dias no Rio de Janeiro devido a diverticulite (processo inflamatório e infeccioso do divertículo - bolsas circulares da parede do cólon que têm ligação com o intestino grosso).
Vice-presidente mais velho da CBF, Marin já foi jogador de futebol do São Paulo e até governador do estado de São Paulo, substituindo Paulo Maluf por alguns meses no início dos anos 80. Mas o dirigente acabou famoso no mundo do futebol em janeiro deste ano por ter colocado no bolso uma das medalhas do título do Corinthians na Copa São Paulo de Juniores. Ao assumir o cargo de Teixeira, Marin afirmou que não haverá mudanças na CBF:
- Assumo a presidência de acordo com o estatuto da entidade e cumprirei o mandato até o final para fazer uma gestão de continuidade ao que vinha sendo feito - disse o novo presidente.
OS 23 ANOS DE TEIXEIRA NA CBF
Foto: Agência Estado
Ricardo Teixeira em 1989, ano que foi eleito, pela primeira vez, presidência da CBF
Ricardo Teixeira em 1989, ano que foi eleito, pela primeira vez, presidência da CBF
Ex-genro de João Havelange, Teixeira assumiu a CBF em 16 de janeiro de 1989. Com ele no comando, a Seleção conquistou duas Copas do Mundo (1994 e 2002), três Copas das Confederações (1997, 2005 e 2009) e cinco Copas Américas (1989, 1997, 1999, 2004 e 2007).
O dirigente também criou a Copa do Brasil (1989) e transformou o Campeonato Brasileiro em disputa de pontos corridos, com turno e returno, a partir de 2003. Sua maior vitória foi conquistada em 2007: liderou a candidatura do Brasil para ser sede da Copa do Mundo de 2014 e, logo em seguida, tornou-se presidente do Comitê Organizador Local (COL).
Antes do carnaval, alguns jornais e sites brasileiros passaram a divulgar que Teixeira deixaria o poder em breve. A esposa e a filha mais nova do dirigente viajaram para Miami, assim como o dirigente, o que aumentou a especulação.
O nome de Teixeira foi envolvido em uma denúncia da TV inglesa BBC, que apontou o dirigente como um dos que teriam recebido dinheiro de forma irregular da agência de marketing ISL (extinta em 2001 por falência). Por causa dessas relações, a ISL teria obtido lucrativos contratos de patrocínio e de direitos de televisão com a Fifa.
A reportagem da BBC diz que Ricardo Teixeira e os outros envolvidos chegaram a um acordo com a justiça suíça, pondo um fim à questão. Ex-aliado e atualmente desafeto de Teixeira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, prometeu em outubro do ano passado que tornaria público os arquivos do "caso ISL" até dezembro. Em janeiro, o dirigente suíço disse que não poderia ainda revelar os arquivos por conta de uma medida judicial. No Brasil, os processos decorrentes dessa denúncia foram arquivados pela Justiça.
O dirigente também criou a Copa do Brasil (1989) e transformou o Campeonato Brasileiro em disputa de pontos corridos, com turno e returno, a partir de 2003. Sua maior vitória foi conquistada em 2007: liderou a candidatura do Brasil para ser sede da Copa do Mundo de 2014 e, logo em seguida, tornou-se presidente do Comitê Organizador Local (COL).
Antes do carnaval, alguns jornais e sites brasileiros passaram a divulgar que Teixeira deixaria o poder em breve. A esposa e a filha mais nova do dirigente viajaram para Miami, assim como o dirigente, o que aumentou a especulação.
O nome de Teixeira foi envolvido em uma denúncia da TV inglesa BBC, que apontou o dirigente como um dos que teriam recebido dinheiro de forma irregular da agência de marketing ISL (extinta em 2001 por falência). Por causa dessas relações, a ISL teria obtido lucrativos contratos de patrocínio e de direitos de televisão com a Fifa.
A reportagem da BBC diz que Ricardo Teixeira e os outros envolvidos chegaram a um acordo com a justiça suíça, pondo um fim à questão. Ex-aliado e atualmente desafeto de Teixeira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, prometeu em outubro do ano passado que tornaria público os arquivos do "caso ISL" até dezembro. Em janeiro, o dirigente suíço disse que não poderia ainda revelar os arquivos por conta de uma medida judicial. No Brasil, os processos decorrentes dessa denúncia foram arquivados pela Justiça.
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