André: Dilma como 2ª opção
SUCESSÃO Presidente estadual do PSD garante
fidelidade ao projeto de Eduardo Campos, mesmo com o partido ocupando
ministérios
Carolina
Albuquerque
carolinaalb@gmail.com
À beira
de uma adesão formal do PSD à base do governo de Dilma Roussef (PT), o
presidente estadual da sigla, o ex-deputado André de Paula poderia se encontrar
numa encruzilhada. Porém, ele já escolheu o seu caminho. Na hipótese do
presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, aceitar os ministérios oferecidos
pela presidente, o cenário para as eleições de 2014 estaria traçado - o PSD
apoiaria a reeleição de Dilma. Mas caso o governador e presidente nacional do
PSB, Eduardo Campos, dispute a Presidência, o diretório estadual pessedista
apoiará o socialista, mesmo a direção nacional do partido tendo outra
orientação.
A
fundação do PSD nacionalmente, e especialmente em Pernambuco, deve-se muito ao
empenho de Eduardo Campos. E é por isso que André de Paula justifica sua
"rebeldia". "Eu estarei com Eduardo independente de ser em 2014
ou 2018. O PSD de Pernambuco vai estar com Eduardo em 2014 ou 2018. Em
Pernambuco, nós temos essa autonomia, essa autonomia me foi conferida e eu vou
fazer valer", alega.
Antes de
aceitar o convite da presidente, Kassab disse que iria consultar o restante do
partido. No entanto, a posição do líder pessedista e o grande fiador da legenda
recém-criada já é conhecida. Ele é a favor da adesão do PSD à base governista
federal. André de Paula sabe disso. "Eu também não desconheço a liderança
que o presidente Kassab tem no partido. E que o fato de ele ter antecipado a
decisão de ser favorável a essa direção pesa e pesa muito. O presidente teve o
papel muito importante na construção do partido. Isso gerou em torno da
liderança dele uma solidariedade muito grande", pondera André.
Kassab
viajará por vários Estados até março, quando o martelo sobre o futuro do partido
deve ser batido. Já se especula, porém, que a maioria dos líderes do PSD
compartilha da opinião de que deva aceitar os ministérios, que são o de Micro e
Pequena Empresa e a Secretaria de Aviação Civil, além da vice-presidência da
Caixa Econômica Federal.
André de
Paula elogia a postura de Dilma quando do surgimento da nova sigla. "Nós
não fomos hostilizados, mas muito beneficiados, porque éramos muito bem vistos
pelo governo da presidenta Dilma. Há quem faça a leitura que ela estimulou o
surgimento do PSD porque viu nisso a possibilidade de fraturar ainda mais a
oposição. Uma coisa é certa: não criou obstáculos e de fato nos
estimulou", afirma. No entanto, é para o governador Eduardo Campos que ele
reserva sua fidelidade.
A entrada
do ex-DEM no PSD passou pelo crivo do líder socialista. Por isso, quando o
assunto é 2014, André adota um discurso inflamado. "Eu quero ver Eduardo
presidente da República. E vou trabalhar efetivamente para isso. Esse é um
projeto de uma geração, mais que isso, é um projeto de Estado. Eu acredito que
ele é possível e vai se tornar real.
Agora se vai ser decidido para 2014 ou
2018, isso é uma decisão que vai ser construída ao longo desse ano. Aqui, se o
calendário for antecipado, e Eduardo sair candidato em 2014, nós vamos estar com
ele", garante. Para tanto, ele afirma que irá advogar a tese de que o
partido se mantenha independente do governo federal para não melindrar o apoio
que o PSD deve ao PSB.
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