Em entrevista a um programa do SBT, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse que homossexualismo é um comportamento |
O Conselho Federal de Psicologia publicou nota no final da tarde desta quinta-feira (7) em repúdio às declarações do líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, feitas no último domingo (3), durante um programa de entrevistas exibido pelo SBT.
Em seu discurso, Malafaia voltou a defender que a homossexualidade é um "comportamento" não natural e que 46% dos gays passaram a adotá-lo após serem violados por pessoas próximas. Ele chegou a dizer ainda que a homossexualidade "é um pecado claríssimo, como o adultério" e afirmou que não acreditava que dois homens pudessem criar uma criança perfeita e tivessem capacidade para desenvolver um ser humano. Outro ponto bastante polêmico foi quando o pastor ecangélico fez a seguinte comparação: "Amo os homossexuais como amo os assassinos".
Segundo o órgão, Malafaia agrediu a perspectiva dos direitos humanos a uma cultura de paz e de uma sociedade que contemple a diversidade e o respeito à livre orientação. O comunicado também cita que Malafaia, como graduado em psicologia, afrontou a construção das lutas da categoria pela defesa da diversidade.
"É lamentável que exista um profissional que defenda uma posição de retrocesso que chega a ser quase inquisitório, colocando como vertentes do seu pensamento a exclusão e o preconceito na leitura dos direitos humanos", disse a nota, que acrescentou que o pastor, ao tratar a homossexualidade como comportamento, se mostra contrário às bandeiras levantadas pela psicologia.
Uma posição que, de acordo com o Conselho Federal, é contrária à resolução interna nº 001/99, que "estabelece normas de conduta profissional para o psicólogo na abordagem da orientação sexual, visando garantir um posicionamento de acordo com os preceitos éticos da profissão e a fiel observância à promoção dos direitos humanos".
Diferentemente do discurso de Malafaia, o órgão disse que a homossexualidade não é considerada um doença, tampouco um desvio ou uma perversão, e explicou que os diferentes modos de exercício da sexualidade fazem parte das possibilidades de existência humana.
O Conselho Federal de Psicologia classificou ainda o posicionamento do pastor como desrespeitoso com homossexuais e evidenciou um tipo de comportamento preconceituoso "que não se insere, em hipótese alguma, no tipo de sociedade que a psicologia vem trabalhando para construir com outros atores sociais igualmente sensíveis e defensores dos direitos humanos."
Posição da biologia
O biólogo brasileiro Eli Vieira, que atualmente faz doutorado em genética evolutiva molecular na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, apresentou, em um vídeo publicado no YouTube, estudos que refutam a ideia central apresentada pelo evangélico no programa, de que a "homossexualidade é comportamento, e não genética".
"Posso garantir, com base em literatura farta, que, sim, existe uma contribuição dos genes na manifestação da orientação sexual. Isso não é passível de ser negado mais, já se acumulam muitos estudos [sobre essa relação]", explica.
Fonte: Notícias UOL.com.br
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