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domingo, 15 de dezembro de 2013

HOJE É DIA DE LEMBRAR O NASCIMENTO DO SAUDOSO MIGUEL ARRAES



 BIOGRAFIA Miguel Arraes de Alencar (Araripe, 15 de dezembro de 1916 — Recife, 13 de agosto de 2005) foi um advogado, economista e político brasileiro. Foi prefeito do Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do estado de Pernambuco. 

Origem Nasceu em Araripe, interior do Ceará, primogênito e único filho homem de Maria Benigna Arraes de Alencar e José Almino de Alencar e Silva, pequenos agricultores. Juventude Durante a juventude Arraes mudou-se para Crato, com o objetivo de concluir o ginásio (ensino fundamental). Nesses anos, um fato marcou muito a sua personalidade: flagrou um curral com três flagelados presos simplesmente por tentarem fugir da seca para Fortaleza. A respeito, afirmou: 

"É uma lembrança que guardo para sempre. Era um horror difícil de compreender e marcou meu jeito de ver as coisas". Em 1932, aos dezessete anos, foi aprovado no vestibular da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Simultaneamente, também foi aprovado no concurso público de Escriturário do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), sendo lotado no Recife. Após a posse no cargo, conseguiu a transferência para a Faculdade de Direito do Recife (incorporada posteriormente à UFPE). Formou-se em 1937. No ano seguinte, foi promovido a assistente do diretor de Fiscalização, cargo no qual permaneceu até 1941, quando passou a ser chefe de Secretaria. 

Em 1943 ascendeu a Delegado Regional, ocupação que deixou em 1947[1], ao assumir a Secretaria de Fazenda do Estado de Pernambuco, por indicação de Barbosa Lima Sobrinho, que havia sido eleito governador do estado naquele ano e com quem havia trabalhado no IAA. Carreira política antes do golpe de 1964 Elegeu-se governador em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social Democrático (PSD), derrotando João Cleofas (UDN) - representante das oligarquias canavieiras de Pernambuco. Seu governo foi considerado de esquerda, pois forçou usineiros e donos de engenho da Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do salário mínimo aos trabalhadores rurais (o Acordo do campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos, associações comunitárias e às ligas camponesas. Com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a prisão, o que prontamente recusou para, em suas palavras, "não trair a vontade dos que o elegeram". 

Em consequência, foi preso na tarde do dia 1º de abril. Deposto, foi encarcerado em uma pequena cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo posteriormente levado para a ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu por onze meses. Posteriormente, foi encaminhado para as prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no Recife, e da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Seu pedido de habeas corpus (HC) no Supremo Tribunal Federal foi protocolado em 19 de abril, sob o número 42.108. Foi concedido, por unanimidade, fundamentado em questões processuais (foro privativo de governadores e necessidade de autorização da Assembléia Legislativa). A exceção foi o voto do ministro Luís Galloti, que concedeu o HC em função do flagrante excesso de prazo da prisão. 

O então procurador-geral da República, Oswaldo Trigueiro, opinou pela manutenção de sua prisão. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia. O exílio Concedido o habeas corpus, Arraes foi orientado por seu advogado, Sobral Pinto, a exilar-se, sob pena de voltar a ser preso pela ditadura. Após recusa da França em recebê-lo, Arraes cogitou pedir asilo ao Chile - onde, alguns anos depois, houve em 1973 o golpe militar de Pinochet. Assim, Arraes tomou a Argélia como destino. Parecia até proposital, pois a Argélia tinha problemas sociais parecidos com os do Brasil. Durante o exílio, foi condenado à revelia, no dia 2 de março de 1967, pelo Conselho Pernambucano de Justiça da 7ª Região Militar. 

A pena, de 23 anos de prisão, foi pelo crime de "subversão". Carreira política após a anistia Em 1979, com a anistia, volta ao Brasil e à política. Cerca de 50 mil pessoas estiveram presentes no bairro de Santo Amaro para o comício de boas vindas[carece de fontes], é recepcionado por várias lideranças de esquerda que permaneceram no Brasil, inclusive Jarbas Vasconcelos, aliado que se tornará a partir da década de 1990 seu principal adversário político. Elegeu-se deputado federal em 1982, pelo PMDB. Em 1986 vence as eleições para governador de Pernambuco, ainda pelo PMDB, derrotando o candidato do PFL e do governo, José Múcio Monteiro. Seu governo foi caracterizado por programas voltados ao pequeno agricultor, como o Vaca na corda, que financiava a compra de uma vaca e o Chapéu de palha, que empregava canavieiros, no período de entre-safra, na construção de pequenas obras públicas. Outro ponto central foi a eletrificação rural. Em 1990, filia-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). 

É eleito mais uma vez governador em 1994, aos 78 anos, sendo um dos principais opositores ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso - posição esta que lhe custou caro, politicamente. Seu último governo é marcado pela grave crise financeira do estado e pela greve das polícias civil e militar.Perde a reeleição em 1998 para seu ex-aliado e ex-prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos, que obteve mais de 64% dos votos válidos. Em 2002, com 86 anos, vence sua última eleição, elegendo-se o quarto deputado federal mais votado do estado de Pernambuco, mas desta vez apóia como candidato à presidência o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que fica na terceira colocação na eleição presidencial do primeiro turno. Uma candidatura própria à Presidência da República foi de grande importância para o crescimento do partido do qual era cacique (PSB). No segundo turno apoia o candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado seu nas outras eleições presidenciais. 

Neste seu último mandato como deputado federal fez parte, junto com os integrantes de seu partido, o PSB, da base aliada do governo do presidente Lula, sendo responsável pela indicação de ministros que iriam ocupar o Ministério da Ciência e Tecnologia no primeira gestão de Lula, destacando-se na função seu neto e herdeiro político Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, também pelo PSB. Internação e morte Arraes foi internado no dia 16 de junho de 2005, com uma suspeita de dengue. Sua saúde piorou no dia 19, quando, vitimado por uma arritmia e a consequente queda de pressão, foi entubado e passou a respirar por aparelhos. Também foi detectada uma infecção pulmonar. Teve uma ligeira melhora nos dias seguintes. Foi submetido a hemodiálises e no dia 2 de julho todos os aparelhos foram retirados. Arraes conversava com parentes e amigos e assistia à TV, opinando sobre a situação caótica em que se encontrava a política, com os escândalos do mensalão. 

Nos dias seguintes, foi diagnosticada uma pneumonia. No dia 20, recebeu a visita do presidente Lula. Em 29 de julho, uma artéria do pulmão esquerdo se rompeu, provocando uma hemorragia e ocasionando uma cirurgia de emergência. Apesar da sobrevida, os rins e o fígado apresentaram falhas e novamente precisou ser submetido a sessões de hemodiálise, diariamente. Ainda assim, deu sinais de recuperação, mantendo a consciência. No dia 12 de agosto, foi anunciado que deixaria a unidade de tratamento intensivo. Porém, durante a madrugada, piorou e o quadro era o de uma infecção generalizada, pela terceira vez. No fim da manhã, faleceu depois de 59 dias de internação na UTI do Hospital Esperança, no Recife. A causa mortis foi um choque séptico causado por infecção respiratória, agravada por insuficiência renal. Seu corpo foi velado no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, no dia 13 de agosto. O cortejo fúnebre saiu no final da tarde do dia 14 de agosto em direção ao Cemitério de Santo Amaro no Recife, onde foi sepultado, seguido por milhares de pessoas que cantavam antigos jingles das suas campanhas políticas. Na ocasião o presidente Lula divulgou a seguinte nota, após decretar luto oficial por três dias:

 "A morte do deputado federal e ex-governador Miguel Arraes é uma enorme perda para o povo brasileiro. Arraes foi, sem dúvida, uma das maiores lideranças das lutas populares que marcaram a segunda metade do século 20 no Brasil. Por isso, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, quer manifestar não só seu pesar pessoal pela perda de um amigo, mas também grande tristeza pela ausência de um companheiro que com sua experiência, sabedoria e capacidade de resistência fará muita falta no trabalho em favor da justiça social em nosso país". Pouco mais de um ano após sua morte, no dia 15 de dezembro de 2006, data que se comemoraria os 90 anos de seu nascimento, a jornalista pernambucana Teresa Rozowykwiat lança na Livraria Cultura do Recife o livro Arraes, a primeira biografia autorizada sobre a vida do ex-governador. A autora contou com informações exclusivas repassadas pela viúva, Magdalena Arraes, principalmente sobre o período em que viveu no exílio após o golpe militar de 1964. O livro aborda fatos que apenas a família tinha conhecimento e detalhes sobre sua personalidade, que só os mais íntimos conheciam. 

No final de 2008, a viúva, Magdalena Arraes, criou o Instituto Miguel Arraes com o objetivo de preservar a memória do ex-governador. Nessa ocasião o jornalista e chagista do jornal Diário de Pernambuco, Lailson de Holanda, seleciou mais de 500 charges feitas por ele durante mais de 30 anos sobre o governador Miguel Arraes, representando-o em diferentes momentos da história política recente de Pernambuco, desde da sua chegado do exílio político. O mesmo jornalista também lançou um livro com a coleção de suas melhores chages sobre o ex-governador, chamado deArraestaqui. Futuramente a viúva do ex-governador também pretende disponibilizar para o público, através do novo instituto, cartas, fotografias e anotações feitas pelo mesmo. Família Arraes teve oito filhos (duas mulheres e seis homens) com sua primeira esposa, Célia de Sousa Leão. Viúvo em 1961, casou-se novamente, desta vez com Maria Magdalena Fiúza, com quem teve mais uma filha e um filho. 

Era primo carnal, ou seja, filhos do casamento de duas irmãs com dois irmãos, de Miguel Edson Arraes de Alencar, que coincidentemente possuía seu nome até sua precoce morte aos quarenta e dois anos. Miguel Edson casou-se com Conceição Aparecida Vieira Arraes de Alencar e teve três filhos, Alexandre Arraes (médico), Maria Celina Arraes(economista e diretora da parte internacional do banco central)e Fátima Arraes(advogada). Ao falecer, a família do governador estava composta, além dos dez filhos e filhas, por seis netas, onze netos, uma bisneta e cinco bisnetos. Tornaram-se notórios o seu filho, Guel Arraes(diretor de TV e cinema), sua filha Ana Arraes (deputada federal), a sua neta Marília Arraes(Vereadora do Recife) e seus netos Eduardo Campos (atual governador de Pernambuco)e Antônio Campos(Advogado, escritor, membro da Academia Pernambucana de Letras e curador da Festa Literária Internacional de Pernambuco - Fliporto)

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