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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Veio-me à Memória 15 de janeiro de 1985



Revendo a memória, lembro-me do momento que vivíamos quando da abertura política do Brasil com a eleição indireta do Presidente Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, com o qual o PT não concordou nem votou. O radicalismo deste partido é congênito. Tudo aconteceu dia de Santo Amaro, padroeiro de Taquaritinga do Norte.

Consolidada a vitória, Tancredo Neves fez um belo discurso e conclamou o povo brasileiro a se manter unido, para vencer mais umas etapas de nossas vidas e a consolidação da esperança de que àquela seria a última eleição indireta. Espera-se que seja. E isso depende muito da política partidária a ser praticada.

            Quando nos preparávamos para a posse, repentinamente a morte veio e levou senador mineiro. Empossado Sarney aos trancos e barrancos levou até o fim o mandato. A doença e morte de Tancredo Neves têm certas semelhanças com a tragédia que abalou Pernambuco e o Brasil com a morte prematura de Eduardo Campos.

Com a morte do presidente eleito, parecia que um terremoto caiu sobre nós. Estávamos sem líder. O Senhor das Diretas nosso saudoso Ulysses Guimarães, por mais simpático que fosse não conseguia demonstrar o carisma de Tancredo Neves. 

Logo após o anúncio do episódio perguntaram a um líder do Governo eleito, Pimenta da Veiga o que seria feito a partir de então e ele prontamente respondeu: "O Brasil não pode parar e nós temos que continuar." Continuamos. Elegemos uma Constituinte Originária, que depois de muitos debates promulgou uma Constituição recebeu o epíteto de Constituição Cidadã. E parou por aí, quando nos referimos os ganhos sociais.

Houve a vitória consagradora e amadora do Collor, cuja vaidade parece ter sido sua maior inimiga. E não paramos por aí. Vencemos a inflação. Reconstruímos e reinserimos o País no cenário internacional. O Programa de Privatizações, do Presidente Fernando Henrique Cardoso, contribuiu de forma efetiva para o alcançamos o nível tecnológico de hoje.

Mesmo que as conquistas econômicas do Plano Real tenham sido abandonadas pelo Partido dos Trabalhadores, que institui o Bolsa Família e continua convencido de que nunca na história deste País houve um governo melhor. Enquanto eles acham que estão governando o Brasil encaminha-se para o fundo do poço, se igualando à Argentina, à Venezuela e à Bolívia que ainda vivem um sonho de um romântico comunismo, cuja promessa é acabar com as desigualdades sociais. Ficamos apenas com o sonho.

Com a aproximação das eleições de 2014 surgiu uma terceira via, como gostava de dizer Eduardo Campos, mesmo muito distante de ser ou representar tal via, ele seria um candidato para o futuro. Estava se preparando para 2018, quando esperamos nos livrar do governo do PT.
O momento é difícil. A morte prematura de Campos nos traz os mesmos sentimentos que vivenciávamos com a morte de Tancredo Neves, quando em um dos seus discursos dizia: “não vamos nos dispersar.”. 

Assim, a palavra chave para o momento que vivemos é a mesma pronunciada por Tancredo Neves. As autoridades política pernambucana e brasileira, mesmo com a lastimável perda, e enlutadas devem se unir para construir um novo País. Como disse o próprio Eduardo Campos: “não podemos desistir de nosso Brasil.”. Eu não vou desistir enquanto existir, pois enquanto existir um advogado existirá a luta pela liberdade, pela justiça, pela democracia e acima de tudo pela igualdade.

Antonio Martins de Farias é Advogado e filho de Taquaritinga do Norte.

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