Entrevistado ao vivo pela TV Globo do
Rio de Janeiro, na terça-feira (17), o candidato a governador
Anthony Garotinho (PR) humilhou e na prática desmoralizou o telejornalismo da
emissora da família Marinho. Ao ser questionado sobre corrupção em sua gestão e
da esposa, Rosinha, o representante do Partido da República perdeu a
paciência e acabou detonando no ar o processo de investigação, conduzido pela
Polícia Federal, que aponta para a sonegação de bilhões de reais em impostos
pela empresa de comunicação. "Eu não sei se a Globo é culpada, eu até acho
que é, mas é opinião minha, quem vai dizer isso é o juiz”, comentou Garotinho,
com um ar levemente irônico, mas muito calmo.
A repórter disse ao candidato que o tema da entrevista não era a Rede Globo. Garotinho explicou, aparentando tranquilidade: "Eu sei. Só estou dizendo a você como as injustiças acontecem. A
Globo pode estar sendo vítima de uma", afirmou.
"Candidato, a Globo não sonegou nada", defendeu Mariana Gross. "Quem
está dizendo isso é um inquérito aberto pela Polícia Federal", retrucou o ex-governador.
A jornalista, incomodada e jogada à lona pelo político matreiro, insistiu em questionar o
ex-governador e o acusou de incoerente por fazer promessas de campanha que
destoam das suas ações quando administrou o Estado. O candidato voltou a carga:
Disse que muitas vezes a gente faz coisas e depois volta atrás. Nesse momento
lembrou que a TV Globo apoiou a ditadura militar e depois pediu desculpas ao
povo brasileiro pela sua posição política nos anos de chumbo.
Hoje o RJ TV
leu uma nota sustentando as denúncias contra as administrações de
Garotinho e Rosinha, mas sem tocar no assunto da investigação da Polícia
Federal contra a sonegação de impostos, muito menos no caso de apoio à
ditadura militar.
Garotinho começou sua carreira
política com Leonel Brizola (PDT), que também teve divergências históricas com a Rede
Globo. O pedetista acusou a emissora de tentar fraudar as eleições de 1982 no Rio de Janeiro e mais na frente
conseguiu um direito de resposta de três minutos contra a empresa dos Marinho.
“Não reconheço autoridade moral na TV Globo para falar sobre liberdade de
imprensa, subserviente que foi ao regime militar”, escreveu Brizola, num texto
lido por Cid Moreira, na época o âncora do Jornal Nacional.
Abaixo o link do RJ TV
mostrando como Garotinho “deitou e rolou” nos estúdios da emissora.
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