Em comentário feito hoje, na Rádio Jovem Pan de São Paulo, a jornalista Rachel Sheherazade defendeu
abertamente a pena de morte, que atualmente é aplicada em apenas 56 países do mundo.
Um
deles é a Indonésia, onde o traficante brasileiro Marco Archer foi
executado, apesar do pedido de clemência do Governo Brasileiro. Na sua
análise, Rachel disse que a Indonésia é um país sério, ao contrário do
Brasil.
A íntegra do comentário da jornalista da jovem Pan e também
apresentadora do SBT:
Depois de falhar em sua
tentativa de conseguir clemência para um dos condenados à morte na Indonésia, o
brasileiro Marco Archer, a presidente Dilma mandou dizer, em nota, que estava
"consternada e indignada" com a execução do traficante.
Archer foi flagrado em
2003 no aeroporto de Jacarta com mais de 13 quilos de cocaína. Aquela não era
sua primeira viagem de negócios. Marco era um traficante tarimbado com 25 anos
de experiência. Com o dinheiro do tráfico, levava uma vida fácil, de luxos,
festas, mulheres e viagens pelo mundo. Depois de ser julgado pela instância
máxima da justiça da Indonésia, se tornou o primeiro criminoso brasileiro
condenado à pena de morte.
A Anistia Internacional
condenou o governo da Indonésia pela execução. Considerou a pena de morte uma
regressão para os direitos humanos.
A presidente brasileira
mandou até trazer de volta o embaixador do país "para
esclarecimentos", um gesto que, diplomaticamente, representa um
estremecimento nas relações entre os dois países.
Dilma pode até fazer cara feia, bater o pé, mandar voltar o embaixador, pode
fazer a "mise en scène" que quiser. Mas, não tem poder de interferir
na decisão judicial de um outro país.
Como o Brasil, a
Indonésia tem leis próprias, soberanas, que devem ser obedecidas, sob pena de
condenação.
Como outros 56 países,
a Indonésia também aplica a pena capital.
Ao contrário do Brasil,
considerado a principal rota de cocaína na América do Sul e cujas fronteiras
dão boas vindas a traficantes de todas as partes, a Indonésia se esforça ao
máximo para extirpar o tráfico de suas ilhas.
Em resposta às críticas
de movimentos "ditos" humanitários contra a morte dos traficantes, o
presidente da Indonésia, Joko Widodo escreveu: "A guerra conta a máfia da
droga não pode ser feita com meias medidas, porque as drogas têm verdadeiramente
arruinado a vida dos usuários e das suas famílias."
O potencial de
destruição de um traficante só pode ser medido pelas vítimas de seu negócio.
O Brasil é o país com o
maior número de viciados em crack e o segundo maior mercado consumidor de
cocaína do mundo. Dados da Polícia Militar de São Paulo estimam que 80% dos
crimes urbanos cometidos no Brasil têm alguma relação com tráfico de drogas.
Vinte mil brasileiros
morrem todo ano em pelo consumo de drogas ou por crimes relacionados ao
tráfico.
E apenas 5% dos dependentes
de drogas conseguem viver em estado de recuperação.
Quer saber a dimensão
do o mal que um traficante pode causar? Pergunte a quem perdeu um pai, uma mãe,
um filho, uma família para o vício....
No ano 2000, um
brasileiro perdeu o próprio irmão para as drogas: o traficante Marco Archer.
Seu irmão, Sérgio, que costumava espancar a mãe para tomar dinheiro que lhe
sustentava o vício, morreu vítima de overdose.
Em vez de se comover
com o próprio drama familiar, e se colocar no lugar das famílias destruídas
pelas drogas que ele mesmo vendia, Archer lavou as mãos e preferiu ser um
mercador de desgraças.
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