Guardas Municipais são vítimas de discriminações
constantes e por vezes são agredidos fisicamente
Na tarde do último sábado, dia 2 de setembro, dois guardas municipais pertencentes à Brigada de Trânsito foram agredidos na Rua São Miguel, Boa Vista, por dois homens que foram tirar satisfação sobre uma suposta multa aplicada pelos agentes.
De acordo com os servidores públicos, ambos faziam rondas de serviço na área da feira da Boa Vista, no início da Rua Luiz Burgo, que tem seu tráfego alterado durante os dias de feira. Em determinado momento, os dois rapazes teriam passado sem capacete, um conduzindo uma motocicleta e o outro em sua garupa e rindo e apontando para os agentes em tom de escárnio.
Os guardas observaram a placa do veículo e seguiram em suas rondas, comuns ao serviço, quando em determinado momento foram surpreendidos pelos sujeitos, que se comportaram como verdadeiros “meliantes”, seguindo a viatura da Guarda Municipal.
Os agentes de trânsito pediram apoio pelo rádio, temendo que os homens estivessem armados, quando o condutor da motocicleta atravessou a moto na frente do veículo da Guarda, que freou para evitar uma colisão.
Os dois homens desceram da motocicleta e um deles, bastante exaltado, partiu para cima da guarnição, empurrando um dos guardas e desferindo um soco contra o mesmo. Após este fato, teve início uma luta corporal entre os guardas municipais e os sujeitos, que desferiram vários golpes de capacete contra os agentes. Durante a luta, uma faca de porte de um dos guardas foi ao chão, e o agressor se apossou dela, partindo para cima da guarnição com o intuito de agredi-los. Tendo em vista que suas vidas corriam risco, os guardas saíram do local, e foram socorridos por um popular, que lhes levou ao hospital.
Um dos agentes levou cinco pontos na cabeça, além de diversas escoriações pelo corpo. O outro guarda também teve escoriações pelo corpo, além de levar dois pontos na cabeça. Os guardas municipais trabalham muitas vezes 12 horas por dia, em determinadas ocasiões dão plantão de 24 horas, fazendo proteção aos prédios públicos e atuando também no trânsito. Pouca gente reconhece o esforço desses homens, que fizeram concurso público, capacitação especial para a função e dão tudo de si em seu trabalho. Se um ou outro comete uma falha, pode ser até pelas jornadas estressantes.
Mas ninguém quer saber. Os guardas, quase todos pais de família, são comumente discriminados, chamados de preguiçosos, vagabundos ou "guardinhas" e pessoas desinformadas pensam que eles existem só para aplicar multas aos motoristas, quando a maioria nem trabalha no trânsito.
Vez por outra ainda são vítimas de agressões como essa da Boa Vista e ficam acuados, uma vez que não podem estar de serviço armados, porque Garanhuns não tem tal regulamentação, como em outras cidades de Pernambuco, como Petrolina e Cabo de Santo Agostinho.
É uma vida de riscos, para ganhar em torno de dois salários mínimos por mês.
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