Menos de um mês depois de sofrer um infarto enquanto se preparava para narrar a final da Libertadores, em Lima, no Peru, Galvão Bueno retorna para a atividade que o consagrou na televisão. Ele está em Doha, no Qatar, para narrar Flamengo x Al-Hilal pelo Mundial de Clubes da Fifa nesta terça (17-12-2019). Rubro-Negro de coração, o jornalista de 69 anos demonstra a empolgação de um jovem iniciante para comandar a transmissão na Globo.
Galvão define essa competição como "especial". Além de ter conseguido se recuperar após realizar um cateterismo para desobstrução de uma artéria coronariana em 21 de novembro, ele voltará a transmitir um jogo do Flamengo no Mundial de Clubes 38 anos depois de ter narrado o único título da equipe, em 1981, contra o Liverpool.
"Esse [Mundial] é especial, porque em 1981 eu era um cara ainda novinho, que não tinha três meses de Globo. Confiaram no jovem 'speaker', que era como o doutor Roberto Marinho (1904-2003) me chamava. E lá fui eu para o Japão para transmitir Flamengo e Liverpool. Foi a primeira transmissão da Globo num Mundial Interclubes", explicou o narrador no programa Bem, Amigos, na semana passada.
De lá para cá, Galvão Bueno gravou as conquistas mundiais de clubes brasileiros como São Paulo, Corinthians e Internacional. Ainda sem planos de se aposentar, ele segue como a principal voz espotiva no Brasil e pretende seguir recomendações médicas para evitar novos problemas de saúde.
"Tenho muito orgulho do que fiz [na carreira], mas sei que cometi alguns erros e sei que cometi alguns exageros [com a saúde]. Bebendo um pouco a mais e tendo noites sem dormir. Segundo o médico, posso e devo tomar meu vinho, mas de forma moderada. E uma coisa é fundamental: baixar o nível de estresse", falou em entrevista ao Fantástico no início deste mês.
Galvão chegou em Doha, no Qatar, no último sábado (14). Desde então, ele tem gravado vídeos para suas redes sociais, já visitou os jogadores do Flamengo em um hotel e faz questão de demonstrar que o coração está pronto para toda a adrenalina que os jogos do Mundial de Clubes podem lhe causar.
"Eu me agito antes de uma transmissão, sei que subo a carga de adrenalina e me sinto muitíssimo bem. O momento que eu me sinto mais tranquilo na minha vida é quando estou com os fones, com o microfone e a responsabilidade para estar falando para dezenas de milhões de pessoas. O médico não falou nada de adrenalina, ele falou de estresse", brincou o narrador.
Problemas na voz - Antes do quadro de infarto, o principal nome do Esporte da Globo já havia passado por "um sufoco" por causa da saúde. Após sua voz falhar ao vivo na transmissão de Grêmio x Flamengo, jogo de ida da semifinal da Libertadores, o narrador se desculpou nas redes sociais e disse que se tratava de uma gripe.
Ele ficou três semanas afastado cuidando do problema e deixou de narrar dois jogos da Seleção Brasileira, um Grande Prêmio de Fórmula 1 e ainda foi poupado de apresentar o Bem, Amigos, seu programa semanal no SporTV.
Ele retornou apenas no jogo de volta da Libertadores, quando o Rubro-Negro ganhou de 5x0 no Maracanã. O locutor conseguiu gritar os gols sem problemas e comemorou ao vivo na Globo: "Como é bom gritar gol sem a voz falhar. Gritar e a garganta responder. E, ainda mais, gritar tantos gols assim".
Três dias depois, ele usou suas redes sociais para revelar que a culpa das falhas na voz não era da gripe, mas sim de um edema nas cordas vocais e de uma inflamação de laringe. Enquanto esteve afastado da TV, Galvão fez tratamentos com uma fonoaudióloga em Londrina, cidade onde mora no Paraná, e cumpriu uma rotina de exercícios vocais.
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