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domingo, 22 de janeiro de 2023

A INDIFERENÇA DE DAMARES AO DRAMA DOS YANOMAMIS

 



“Lamento, mas acontece todo dia”: como Damares “cuidava” dos Yanomami

A última vez em que a ex-ministra da Mulher dos Direitos Humanos (e eu queria frisar Direitos Humanos) Damares Alves se manifestou sobre o povo Yanomami foi assim: 

“Esse caso traz a questão do garimpo, mas quero lembrar que os garimpos estão em terras indígenas há mais de 70 anos, de forma irregular, e são muitas as violências. Esse caso dessa menina causou essa repercussão toda, e isso é muito bom porque a gente ainda vai conversar sobre violência sexual contra crianças indígenas. A gente não pode ser pautada por um só caso. Lamento, mas acontece todo dia”.

Damares se referia ao assassinato e estupro de menina de 12 anos por garimpeiros na região de Waikás, em Roraima, em maio de 2022.

O cenário, hoje, é tão crítico na terra indígena que o Ministério da Saúde decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária na região. 

“Se alguém me contasse que aqui em Roraima tinha pessoas sendo tratadas de forma desumana, como vi o povo yanomami ser tratado aqui, eu não acreditaria”, disse o presidente Lula.

Damares viu as fotos das crianças famélicas? Viu as imagens do genocídio? Onde estava o Deus de Damares nessa história? Primo Levi, falando sobre Auschwitz, disse que aquela pessoas haviam sido “tragadas pela noite”.

Mergulhamos numa noite de quatro anos. Damares ficou num sono induzido no governo Bolsonaro. Quando precisou acordar, voltou a dormir o sono dos canalhas. 

Que viva o pesadelo eterno dos iníquos. “Acontece todo dia”.

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