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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Família acusa Exército se maus tratos e tortura durante curso de formação de médicos

 


Por Renata Gondim - Recém-formado em medicina, o jovem Felipe Ferraz, 23 anos, está internado na UTI do Hospital da Restauração após participar de um treinamento de formação de médicos pelo Exército. A família do rapaz, que é de Serra Talhada, utilizou as redes sociais para denunciar o caso, o acusam o Exército de tortura, maus tratos e omissão de socorro. 

De acordo com Kátia Nogueira, tia do jovem, ele teria informado aos superiores que não estava bem, mas foi impedido de ser socorrido pelos próprios colegas de formação, também médicos. Só após desmaiar e sofrer convulsões, ele foi levado para uma UPA onde foi medicado.

“Os próprios médicos foram impedidos de exercer o que lhes tem de mais caro na profissão. Foram impedidos de prestar socorro, crime previsto no Código Penal. Após Felipe ficar desacordado, inconsciente e sofrer convulsões no batalhão, foi removido para uma UPA”, detalhou a tia do rapaz ao Farol de Notícias de Serra Talhada. 

Felipe foi socorrido com já com a frequência cardíaca alterada, dificuldade de respiração, com os sinais vitais comprometidos e diversos machucados nos joelhos e nas pernas. A família teme por complicações renais e cardíacas.

“Os exames mostraram função renal bem comprometida, correndo o risco de ter que fazer hemodiálise, bem como várias taxas super alteradas, o que comprova falência por exaustão física. Ele teve rabdomiólise – que é a degradação do tecido muscular que libera uma proteína prejudicial no sangue. A sequela mais grave e comum são lesões nos rins, que podem acabar provocando uma insuficiência renal. No entanto, a presença de resíduos no sangue também leva a um aumentos dos níveis de potássio e fósforo no organismo, o que pode acabar afetando o funcionamento do coração”, explicou Kátia.

País de outros alunos do curso de formação de médicos do Exército estariam preocupados com o ocorrido e com relatos dos filhos.

“Muitos pais de médicos convocados, que estão na mesma turma, nos contactaram para falar que não estavam tão surpresos, pois os relatos de seus filhos já os assustavam. Eles tinham medo que algo sério pudesse acontecer com eles e não tivessem tempo de fazer nada. Sessão de horrores diária, constrangimento moral e psicológico para uma turma de médicos que dedicaram 6 anos em uma faculdade para salvar vidas e terem suas vidas colocadas em risco por uma instituição que se diz séria e que deveria zelar por eles”, argumentou ela.


O OUTRO LADO


O OUTRO LADO - Até o final da tarde, o 4º Batalhão Militar do Exército, no Recife, não havia retornado ao contato do Farol de Notícias.

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