Formar uma seleção de futebol nunca foi tarefa fácil. Formar um ministério também é difícil, ou melhor, é mais complicado. Em 1970, a escalação do escrete foi dramática, paredros, empresários, jornalistas, clubes do Rio e de São Paulo queriam seus preferidos no time principal.
Acontece que um jornalista que se tornou técnico resolveu a questão na base das "feras". Dizia ele que o povo sabia quem era bom e bastava botar cada fera no lugar certo que tudo se resolveria, o Brasil seria tricampeão, como de fato foi. O time estava na boca de todos. Bem verdade que João Saldanha foi cassado, mas Zagallo manteve a escalação óbvia.
Para formar o ministério, dona Dilma teve de pagar o mico. Com quase 60 milhões de votos, bem que poderia dar uma de João Saldanha e escolher livremente o seu ministério. Ledo e ivo engano! Os compromissos de campanha, cobrados ferozmente pela base dita "aliada", obrigaram-na ao contorcionismo do qual resultou uma equipe quase toda desconhecida ( ou mal conhecida) do eleitorado.
Políticos sem nenhuma afinidade com determinadas pastas foram consagrados, dando a impressão de que os novos ministros, com exceção de uma meia dúzia, estarão ocupando cargos para os quais não possuem nenhum credenciamento. Nem mesmo vontade política e administrativa de brilhar.
Uma pena. Com um Executivo de tamanho porte, muitas questões se diluirão na burocracia, faltando a mão decidida de uma âncora sintonizada com as situações que forem criadas. O apetite pelos cargos ainda não acabou, faltam os escalões intermediários.
Por que não um ministro de quilhas e guindastes para os portos? Por que não um secretário de trilhos e dormentes para as ferrovias?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, registrar E-mail