Moacyr Lopes Jr./Folha
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, bateu o martelo e virou o prego. Vai mesmo deixar os quadros do DEM.
Seja qual for o desfecho da guerra interna pelo comando da segunda maior legenda da oposição, Kassab irá para o governista PMDB.
Comunicou a decisão ao presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, hoje seu principal aliado na agremiação que deixará para trás.
Kassab acertou-se, de resto, com Michel Temer, vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB federal.
Combinou de sentar praça no novo partido até abril. Antes, tentará plantar na presidência do DEM federal um aliado.
A nova caciquia da tribo ‘demo’ será escolhida numa convenção já agendada para o próximo dia 15 de março.
Junto com Bornhausen, Kassab tenta alçar à presidência de sua quase-ex-legenda Marco Maciel (PE), senador não reeleito.
Por que um político de malas prontas quebra lanças pelo comando da legenda em que fechará a conta? São dois os objetivos de Kassab.
Num, de curto prazo, deseja assegurar que a nova direção do DEM não reivindique na Justiça Eleitoral o seu mandato de prefeito infiel.
Noutro, de longo prazo, Kassab trabalha para manter o DEM ao alcance de futuras alianças. Como assim?
Nas negociações subterrâneas, ficou entendido que Kassab levará para o PMDB o projeto de candidatar-se ao governo de São Paulo, em 2014.
O PSDB do governador Geraldo Alckmin, potencial candidato à reeleição, será adversário de Kassab, não aliado.
Prevalecendo na disputa interna do DEM, Kassab imagina que, em vez de fechar com Alckmin, sua futura ex-legenda se aliaria a ele na próxima sucessão estadual.
Na trincheira oposta à de Kassab, milita o grupo do atual presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ). Uma ala que prefere entregar o cocar de chefe da aldeia a Agripino Maia, não a Maciel.
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