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domingo, 23 de janeiro de 2011

A COERÊNCIA DO HOMEM E DO POLÍTICO

Dr. Paulo Lima*

Começo a me convencer, irremediavelmente, que nada mais me causa espanto em política.

Com efeito, folheando o Diário e o Jornal do Commercio, edições e hoje, me convenço a cada dia que a política, na forma em que é praticada pelos chamados “grandes expoentes da política nacional” é, realmente, a arte de enganar.

Refiro-me a carta enviada pelo Presidente licenciado da legenda, atual vice-presidente da república Michel Temer, notoriamente conhecido menos em razão de sua história como homem publico e mais, muito mais, pelos predicados de sua esposa, cantados em verso e prosa pela imprensa nacional, após a recente  cerimônia de posse no dia 1º de janeiro.

É que na correspondência, bastante direta, disse o político, reproduzindo cópia de um artigo seu, publicado no jornal Folha de São Paulo do ano passado, que, aqueles filiados que não estejam satisfeitos com os rumos tomados pela legenda, que deixem a mesma, garantindo - como se tivesse poderes para tanto - que os mesmos não serão sequer molestados com pedidos de perda de mandato. A contrário senso, porém, deixou transparecer, nas entrelinhas, a ameaça que, doravante, o partido não toleraria mais dissidências.

            É evidente que a correspondência teve destinatários certos, entre os quais se inclui o atual Senador da República JARBAS VASCONCELOS.

E dai pergunto aos meus botões: que democracia é esta, que não permite, sequer, divergência de pensamentos e opiniões, mesmo dentro de um partido político?

Será que estes senhores, alguns inclusive, que  contribuíram para a promulgação de vigente Carta Magna  nunca leram o inciso VIII do art. 5º que trata dos direitos e garantias fundamentais, e que diz, expressamente, que ninguém será privado de direitos por motivo de convicção religiosa, filosófica ou política, salvo se usar tais convicções para fugir de suas obrigações imposta por lei?

O que mais me espanta, no entanto, é que o próprio JARBAS, político deveras respeitado, inclusive em razão de sua honrada história de luta pela redemocratização do País, e que disse a alguns dias, que o PMDB estava impregnado de bandidos, não tenha ficado indignado com tal posicionamento.

E volto a me perguntar, que tipo de político é este?

Sempre tenho dito que a arte da política é indissociável da honra e do procedimento de um homem. E não gostaria nunca de ser chamado de político em função da capacidade de renunciar às minhas convicções em função de um objetivo pessoal, ou  de um grupo, dissonante dos meus ideais. Neste caso teria vergonha de ser político.

É que a honra de um homem  e a capacidade de se indignar não podem jamais ser sobrepujadas por conveniências políticas.

Estas divagações, as faço, para mostrar como é difícil e penoso uma pessoa ser partícipe de uma agremiação política e, ao mesmo tempo, ser fiel às suas convicções.  E não tenho pejo de dizer, que, entre um partido político e minhas convicções, fico com estas, porque  uma certeza guardo dentro de mim: para ser político você tem que ser, antes de tudo, um homem.

                        Um abraço a todos.

*PAULO ROBERTO DE LIMA  é  graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife e atualmente exerce o cargo de  Procurador  Federal.

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