Foto: Valter Campanato/ABr
Simbolicamente, no domingo, diante do Theatro Municipal do Rio, os sosias de Obama e Tiririca dialogam sobre o futuro da humanidade.
Simbolicamente, no domingo, diante do Theatro Municipal do Rio, os sosias de Obama e Tiririca dialogam sobre o futuro da humanidade.
Postado por BLOG JUNIOR ALBUQUERQUE
A visita de Barack Obama ao Brasil acabou sendo um anticlímax, mesmo para os que esperavam pouco do encontro entre a inexperiente Dilma Rousseff e o animador de auditório americano.
As visitas de Michael Jackson e de Madonna repercutiram mais, internacionalmente, que a estada do primeiro presidente negro dos EUA.
Se formos examinar com lente de aumento os acordos firmados, entre os dois países, observa-se que nada entra em vigor imediatamente. São propostas de intenções, que examinadas posteriormente, numa agenda sem data marcada para começar, poderão vir a trazer alguma melhoria nas relações entre os dois países, ou serem definitivamente arquivadas.
Afinal o inferno está cheio de boas intenções.
Mesmo a agenda da área comercial tida e havida como a linha mestra da visita, pelo menos por parte do governo americano, não se acertou nada importante.
Dilma reclamou das barreiras comerciais que dificultam e impedem a entrada de alguns produtos brasileiros no mercado americano: sucos, carne, algodão, aço e etanol, entre outros e Obama disse que ia ver. Todo mundo sabe que essa decisão depende mais do congresso americano que do presidente, embora seu empenho nessa direção possa ser fundamental. Ninguém espera, porém, que ele vá se ocupar neste momento de crise econômica e baixa popularidade, desagradar os produtores americanos, empanturrados de subsídios e protegidos por sobretaxas aos produtos brasileiros, para agrada o Brasil.
A maioria dos comentaristas dizem que Dilma soube cobrar do americano uma postura comercial mais justa. Achamos que faltou ousadia, clareza e uma cobrança mais direta. O ponto principal a ser posto é que o Brasil não é mais um mero vendedor de produtos aos Estados Unidos. Somos na verdade grandes compradores. Em qualquer nível de relação comercial, o comprador é bajulado pelo vendedor e tem a prioridade de impor as regras na transação. Não se compreende então essa postura de vítima reclamando o leite derramado da nossa presidenta.
Constata-se que nos últimos dez anos houve uma inversão de posicionamento comercial entre os dois países. Enquanto a balança comercial do ano 2000 registrava um superávit em favor do Brasil de US$ 290 milhões – no momento o movimento de compra e venda entre os dois países diz que o Brasil comprou a mais do que vendeu mais de US$ 7,7 bilhões.
Essa diferença esmagadora significa uma sangria danosa. Entre outras coisas reflete que estamos criando mais empregos nos Estados Unidos enquanto os americanos com barreiras comerciais abusivas, sobretaxas e políticas de dificultar a entrada de produtos brasileiros no mercado americano, estão impedindo a geração de vagas de trabalho no Brasil.
Repisando a questão vemos que se abriu um verdadeiro abismo, “nós tínhamos um superávit comercial de US$10 bilhões, há quatro anos, e temos um déficit de US$7,7 bilhões, agora. E a explicação não é apenas a crise americana. Os Estados Unidos têm déficit com a maioria dos países, e superávit com o Brasil.”
A bem da verdade os americanos não são os principais culpados dessa situação. Aconteceu um erro estratégico durante o governo Lula: o Brasil buscou outros mercados para diversificar o comércio exterior, o que era correto, mas declinou a atenção ao fluxo de comércio com mercado americano. Com em comercio exterior não existe vácuo, o espaço deixando pelo Brasil foi rapidamente ocupado por outros fornecedores, a China por exemplo.
A visita de Barack Obama ao Brasil acabou sendo um anticlímax, mesmo para os que esperavam pouco do encontro entre a inexperiente Dilma Rousseff e o animador de auditório americano.
As visitas de Michael Jackson e de Madonna repercutiram mais, internacionalmente, que a estada do primeiro presidente negro dos EUA.
Se formos examinar com lente de aumento os acordos firmados, entre os dois países, observa-se que nada entra em vigor imediatamente. São propostas de intenções, que examinadas posteriormente, numa agenda sem data marcada para começar, poderão vir a trazer alguma melhoria nas relações entre os dois países, ou serem definitivamente arquivadas.
Afinal o inferno está cheio de boas intenções.
Mesmo a agenda da área comercial tida e havida como a linha mestra da visita, pelo menos por parte do governo americano, não se acertou nada importante.
Dilma reclamou das barreiras comerciais que dificultam e impedem a entrada de alguns produtos brasileiros no mercado americano: sucos, carne, algodão, aço e etanol, entre outros e Obama disse que ia ver. Todo mundo sabe que essa decisão depende mais do congresso americano que do presidente, embora seu empenho nessa direção possa ser fundamental. Ninguém espera, porém, que ele vá se ocupar neste momento de crise econômica e baixa popularidade, desagradar os produtores americanos, empanturrados de subsídios e protegidos por sobretaxas aos produtos brasileiros, para agrada o Brasil.
A maioria dos comentaristas dizem que Dilma soube cobrar do americano uma postura comercial mais justa. Achamos que faltou ousadia, clareza e uma cobrança mais direta. O ponto principal a ser posto é que o Brasil não é mais um mero vendedor de produtos aos Estados Unidos. Somos na verdade grandes compradores. Em qualquer nível de relação comercial, o comprador é bajulado pelo vendedor e tem a prioridade de impor as regras na transação. Não se compreende então essa postura de vítima reclamando o leite derramado da nossa presidenta.
Constata-se que nos últimos dez anos houve uma inversão de posicionamento comercial entre os dois países. Enquanto a balança comercial do ano 2000 registrava um superávit em favor do Brasil de US$ 290 milhões – no momento o movimento de compra e venda entre os dois países diz que o Brasil comprou a mais do que vendeu mais de US$ 7,7 bilhões.
Essa diferença esmagadora significa uma sangria danosa. Entre outras coisas reflete que estamos criando mais empregos nos Estados Unidos enquanto os americanos com barreiras comerciais abusivas, sobretaxas e políticas de dificultar a entrada de produtos brasileiros no mercado americano, estão impedindo a geração de vagas de trabalho no Brasil.
Repisando a questão vemos que se abriu um verdadeiro abismo, “nós tínhamos um superávit comercial de US$10 bilhões, há quatro anos, e temos um déficit de US$7,7 bilhões, agora. E a explicação não é apenas a crise americana. Os Estados Unidos têm déficit com a maioria dos países, e superávit com o Brasil.”
A bem da verdade os americanos não são os principais culpados dessa situação. Aconteceu um erro estratégico durante o governo Lula: o Brasil buscou outros mercados para diversificar o comércio exterior, o que era correto, mas declinou a atenção ao fluxo de comércio com mercado americano. Com em comercio exterior não existe vácuo, o espaço deixando pelo Brasil foi rapidamente ocupado por outros fornecedores, a China por exemplo.
O curso de idiomas Wizard espalhou outdoor pelo Rio de Janeiro, pedindo que o presidente liberasse o visto de entrada de brasileiros nos Estados Unidos
Mesmo com a possibilidade de mais dinheiro entrar nos Estados Unidos com a liberação do visto para brasileiros, Obama não deu sinais reais que pretende mudar as regras à curto prazo. Segundo estimativas da US Travel, o número de visitantes brasileiros aumentou para algo em torno de 1,1 milhão de pessoas, e o volume de dinheiro gasto se aproxima de US$ 10 bilhões.
O outro item fruto de expectativa da pauta, era o apoio do americano a uma vaga permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, a maior ambição diplomática brasileira, uma idéia lançada por Itamar Franco, inflada por Fernando Henrique e furtada por Lula, Obama deu uma esnobada.
Depois de ter apoiado a Índia, que não pediu, a Dilma respondeu que era a favor de uma reforma no Conselho, mas... quanto ao Brasil, não disse nada. Diplomaticamente esse comportamento inicialmente valoriza sua indicação da Índia, por outro lado dá um inquietante recado que para apoiar o Brasil, o governo brasileiro tem que ter um comportamento mais alinhado com a diplomacia americana?!
Coisa de quem sempre foi poderoso, que prega democracia e autodeterminação dos povos, desde que esses povos concordem com ele.
Repetimos que nem a liberação do visto, nem uma vaga permanente no conselho de segurança da ONU, são prioridades que possam trazer vantagens visíveis ao povo brasileiro.
No mais a visita do Obama deve ter trazido alguma vantagens em vender o Brasil como destino turístico, mostrando uma favela supostamente pacificada, a ponto de receber um chefe de estado americano e sua ida ao Cristo Redentor, com a família, durante a noite, coisa que não recomendamos a nenhum turista comum. Mas isso é muito pouco, para tanto alarido, tanto Michael Jackson, quando Madonna em suas visitas ao Brasil, chamaram bem mais atenção da mídia internacional e agregaram muito mais prestígio ao Rio de Janeiro.
Como diria William Shakespeare, “Much Ado About Nothing” (Muito barulho por nada). Na
O outro item fruto de expectativa da pauta, era o apoio do americano a uma vaga permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, a maior ambição diplomática brasileira, uma idéia lançada por Itamar Franco, inflada por Fernando Henrique e furtada por Lula, Obama deu uma esnobada.
Depois de ter apoiado a Índia, que não pediu, a Dilma respondeu que era a favor de uma reforma no Conselho, mas... quanto ao Brasil, não disse nada. Diplomaticamente esse comportamento inicialmente valoriza sua indicação da Índia, por outro lado dá um inquietante recado que para apoiar o Brasil, o governo brasileiro tem que ter um comportamento mais alinhado com a diplomacia americana?!
Coisa de quem sempre foi poderoso, que prega democracia e autodeterminação dos povos, desde que esses povos concordem com ele.
Repetimos que nem a liberação do visto, nem uma vaga permanente no conselho de segurança da ONU, são prioridades que possam trazer vantagens visíveis ao povo brasileiro.
No mais a visita do Obama deve ter trazido alguma vantagens em vender o Brasil como destino turístico, mostrando uma favela supostamente pacificada, a ponto de receber um chefe de estado americano e sua ida ao Cristo Redentor, com a família, durante a noite, coisa que não recomendamos a nenhum turista comum. Mas isso é muito pouco, para tanto alarido, tanto Michael Jackson, quando Madonna em suas visitas ao Brasil, chamaram bem mais atenção da mídia internacional e agregaram muito mais prestígio ao Rio de Janeiro.
Como diria William Shakespeare, “Much Ado About Nothing” (Muito barulho por nada). Na
Fotos: Valter Campanato/ABr
Na Cinelândia, muito apropriadamente, instalou-se uma fauna carnavalesca, para acompanhar o discurso de Obama.
Na Cinelândia, muito apropriadamente, instalou-se uma fauna carnavalesca, para acompanhar o discurso de Obama.
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