Paula Fernandes e Leighton Meester, do filme Country Strong
A cantora Paula Fernandes tem
20 de carreira. Começou – e gravou seu primeiro disco – ainda criança. A
consagração popular só veio de uns tempos para cá. Quem ouve um bom samba,
rock, pop, MPB, torce o nariz pra ela. Foi rotulada de sertaneja e para sua
desgraça, nos setores mais intelectualizados ou elitizados, caiu nas graças do
povão.
A artista mineira, porém, tem
mais qualidade de que essas duplas que vêm proliferando no país há décadas. As
letras são melhores e ela tem boa voz.
Não teria feito tanto sucesso
sem um empurrãozinho de Roberto Carlos e sem a promoção da TV Globo, mas pelo
amor de Deus não queiram compará-la com Michel Teló e Luan Santana. Esses dois
são muito fracos, embora muita gente goste.
O som de Paula Fernandes, me
parece, está mais próximo do country americano do que dessa música que chamam
“sertanejo” no Brasil. E em alguns momentos ela é pop também, chega a se
aproximar da MPB como gênero e flerta com o romantismo brega de Zezé de Camargo
e mesmo de Roberto Carlos.
O novo disco da cantora não é
tão bom quanto o do ano passado, que vendeu mais de 1 milhão e meio de cópias.
Mas é um trabalho de razoável pra bom.
Algumas canções do CD merecem
destaque: “Cuidar mais de Mim”, a faixa
de abertura; “Harmonia de Amor”, que compôs e interpreta junto com Zé Ramalho; “Céu
Vermelho”, uma modinha caipira legítima, lembrando a linha do bom Renato Teixeira.
Merecem ser citadas ainda “Além da Vida”, muito suave e romântica e “Meus
Encantos”, que dá título ao álbum.
O colombiano Juanes, que faz
um dueto com Paula em Hoy me Voy, é brega demais, não acrescentou nada ao
trabalho, pelo contrário. Já a country americana Taylor Swif encerra bem o
disco, numa das faixas mais fortes do CD.
A música country americana me
parece de melhor qualidade do que esse sertanejo que distorceu a música caipira
de Tonico e Tinoco, Cascatinha e Inhana, Pena Branca e Xavantinho e Renato
Teixeira. Logicamente não conheço bem esse som dos americanos, mas basta
assistir dois filmes - Nashiville, um clássico
dos anos 70 e o Amor é Demais (Country Strong), de 2011, para constatar que
existem canções country muito bonitas.
Não dá para saber ainda se
Paula Fernandes continuará fazendo esse sucesso todo. Por enquanto vai bem e no
mínimo está salvando a indústria do disco no Brasil, que entrou em colapso com
a proliferação da pirataria e a popularização da internet.
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