Existe uma coisa que é difícil de negar,
que na sociedade atual o debate exerce uma enorme influência sobre a opinião e
vida popular. Por meio deles pesquisas acadêmicas ganham adesão, doutrinas
religiosas são reafirmadas e campanhas políticas influenciam as multidões.
É
assim desde a Grécia, onde os filósofos debatiam sobre várias questões. Tais
encontros servem para que as partes exponham e defendam seus respectivos pontos
de vista. Agora imagine que no meio de um debate, um dos debatedores defendesse
que os homens deveriam trabalhar nus e também defendesse que os homens que
fossem nus ao trabalho deveriam ser condenados à pena de morte. Tal fato
levaria os ouvintes a duvidarem de sua saúde mental, uma vez que ele combate, como
um cão feroz, tudo aquilo que ele mesmo defende.
A situação acima descrita, apesar de
ridícula, serve perfeitamente para retratar a realidade brasileira. É
exatamente essa incoerência louca e absurda ao extremo que tem sido louvada
como a mais pura e sublime sabedoria. Como exemplo disto, basta-nos lembrar do
discurso moralista que o PT fazia quando era oposição, e a forma como desejava
a punição judicial para cada um daqueles que acusava.
Passado alguns anos, boa
parte da cúpula do partido foi condenada pelo STF por diversos crimes. E o que
fez o partido? Continuou seu discurso moralista e parabenizou o judiciário pelo
seu trabalho exemplar? Expulsou os delinquentes do partido? Não! Ao contrário
disso, fez campanha a fim de desqualificar a justiça brasileira e de inocentar
a quadrilha de criminosos.
O exemplo acima demonstra que na política
brasileira as ações não precisam estar de acordo com as palavras, estas podem
até ser totalmente contrária àquelas. Nada disso faz diferença. Diante de tudo
isso, a mídia mantém um silêncio sepulcral enquanto a maioria da população fica
sem nada entender ante tamanho espetáculo de canalhice.
Para piorar tudo, essa
tática de defender algo e combatê-lo ao mesmo tempo, tem dado resultados
políticos: o PT, que defende as causas da militância gay, é aliado de Mahmoud
Ahmadnejad, o presidente que, em seu país, mata os gays e pendura seus corpos
em via pública. Mesmo assim o PT
continua a receber o apoio político das organizações gayzistas brasileiras.
A atitude de defender e atacar a mesma
coisa simultaneamente, ao contrário do que parece, não é resultado de uma mente
louca e desmiolada. Trata-se de um artifício muito usado por certos setores,
que consiste em garantir ,de antemão, que suas escolhas estratégicas não lhes
trarão revezes. Se em uma escolha polêmica eu tomo partido por algo, mas também
pelo seu oposto, inevitavelmente sairei favorecido, independentemente do
resultado do embate.
Se por um lado esse modus operandi não revela uma mente louca, tampouco revela uma
sadia, mas sim, uma perversa. A única coisa que fica explícita é que por trás
desse comportamento habita uma mente sem princípios, ética nem moral, que não
hesitará em trazer o bem ou o mal, a vida ou a morte aos seus governados, desde
que, isto lhe traga a permanência no poder.
Carlos
A. Silva.
Graduando em História pela
Universidade Estadual da Paraíba.
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