O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, decretou luto oficial de
três dias pelas morte do ex-deputado e ex-ministro Fernando Lyra,
ocorrida na tarde desta quinta-feira (14), no Instituto do Coração
(Incor) em São Paulo. Ele estava internado devido a problemas cardíacos e
infecção urinária.
Eduardo Campos |
Por meio de nota oficial, o governador disse que “Pernambuco e o
Brasil perderam hoje um grande nome da história deste Estado e deste
País. A trajetória política de Fernando Lyra engrandeceu o Brasil. Ele
foi um dos líderes da luta contra a ditadura militar, como deputado
federal integrante do grupo autêntico do MDB e como um dos coordenadores
de campanhas como a das Diretas Já. Como ministro da Justiça, escolhido
por Tancredo Neves, esse grande pernambucano serviu ao povo brasileiro
com visão de futuro e largueza de espírito. O Governo de Pernambuco se
solidariza com a família Lyra nesse momento de perda. Quero também, em
meu nome pessoal e no da minha família, reafirmar a convicção de que
Fernando estará sempre presente na memória e no sentimento de todos nós.
Que o seu exemplo seja o principal legado para o nosso povo e as
futuras gerações”.
O senador Armando Monteiro Neto também enviou nota de pesar sobre a morte do ex-ministro. "Fernando
Lyra cumpriu de forma exemplar a sua passagem pela vida pública do
país. Durante os tempos duros do regime autoritário, foi um firme
combatente, que nunca deixou de levantar a voz nos momentos mais
difíceis. Ao longo do processo de abertura política, desempenhou
importante papel na construção da candidatura de Tancredo Neves, que
inaugurou a Nova República; foi um ministro da Justiça permanentemente
atento às causas da cidadania e da ampliação das liberdades
democráticas. No convívio pessoal, imprimiu as marcas de sua
inteligência, afabilidade e boa convivência, sempre temperados com humor
e ironia. Ele deixa a todos nós um irrecusável legado. Neste momento,
transmito a toda a sua família a expressão do nosso pesar e
solidariedade", informou o senador através da nota.
Em viagem a Portugal, o senador Jarbas Vasconcelos também se solidarizou com a morte de Fernando Lyra. "Tinha uma ligação histórica com Fernando, que vinha desde 1970, quando disputei a minha primeira eleição para deputado estadual e fiz dobradinha com ele, que foi eleito para a Câmara dos Deputados. Era uma amizade muito estreita, que se ampliou quando fui para Brasília em 1974 e fui companheiro dele no MDB, participando do "grupo dos autênticos". Mesmo quando estivemos em campos opostos, sempre mantivemos nosso diálogo. Fernando Lyra era um animal político, nos 40 anos de amizade que tivemos, o assunto predominante era sempre a política. Nesses tempos de mediocridade no Parlamento e na política em geral, o desaparecimento de Fernando fará uma falta muito grande a Pernambuco e ao Brasil", disse Jarbas por nota.
Em viagem a Portugal, o senador Jarbas Vasconcelos também se solidarizou com a morte de Fernando Lyra. "Tinha uma ligação histórica com Fernando, que vinha desde 1970, quando disputei a minha primeira eleição para deputado estadual e fiz dobradinha com ele, que foi eleito para a Câmara dos Deputados. Era uma amizade muito estreita, que se ampliou quando fui para Brasília em 1974 e fui companheiro dele no MDB, participando do "grupo dos autênticos". Mesmo quando estivemos em campos opostos, sempre mantivemos nosso diálogo. Fernando Lyra era um animal político, nos 40 anos de amizade que tivemos, o assunto predominante era sempre a política. Nesses tempos de mediocridade no Parlamento e na política em geral, o desaparecimento de Fernando fará uma falta muito grande a Pernambuco e ao Brasil", disse Jarbas por nota.
José Paulo Cavalcanti Filho |
José Paulo Cavalcanti Filho, integrante da Comissão Nacional da Verdade, falou sobre a perda do político. “Fernando
era um homem público e, portanto, deve ser compreendido em duas
dimensões. Primeiro como pessoa pública. Ele teve uma importância
decisiva na história do Brasil, na resistência ao arbítrio, onde ele foi
uma presença estelar, depois na transição democrática ajudando Tancredo
[Neves] a ser candidato e colaborando no grande instrumento de
engenharia política para Paulo Maluf. Na dimensão pessoal sua presença
fará muita falta. Ele era sobretudo alegre, viveu a vida sem limites,
acredito que não se arrependeu de nada do que fez. A ausência dele vai
ser enorme, nos falávamos todos os dias pela manhã. Vou lamentar ainda
mais claramente os dias que virão quando não receber [as ligações]”, contou.
Fernando Coelho |
O presidente estadual da Comissão da Verdade, Fernando Coelho, ressaltou a importância de Lyra para a política. “Foi
um companheiro na luta mais difícil pela democratização. Distinguiu-se
pela sua combatividade durante o período da resistência. [Foi] dos mais
ativos lutadores pela redemocratização. Levou Caruaru ao plano nacional,
sempre muito orgulhoso de sua terra e do povo que representou. Era um
orador extraordinário, conseguindo como poucos falar para a multidão.
Era um companheiro de vivência fácil, uma figura muito boa, de não fazer
inimigos, pelo contrário, de fazer amigos. É uma grande perda para
Pernambuco e para os democratas do Brasil”, informou.
Do G1 PE
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