- Foto: Arquivo do Blog
Na edição desta quarta-feira (10), do Programa Rádio Debate, veiculado pela Polo FM, foi veiculado o quadro sobre eleições de Santa Cruz do Capibaribe, em 1996. O entrevistado foi um dos candidatos da época, Padre Bianchi Xavier.
Pe. Bianchi lembrou da articulação da campanha de Aragãozinho, em 1992, quando o povo já pedia sua candidatura, a sua conversa com o bispo e candidatura que só aconteceria em 1996. “Eu não fui em 1992 porque eu achava que tinha outros nomes, mas em 1996, passados quatro anos, eu não tinha mais para onde correr, eu tinha que ser candidato”, disse.
O pároco disse ainda que a condição para ser candidato era a união do grupo, o que não aconteceu, tendo passado mais tempo cuidado de brigas de palanque do que da própria campanha. Pe. Bianchi disse ainda que só soube que as pesquisas apontavam a sua derrota 15 dias antes da eleição.
Com 15 dias de antecedência, pesquisa interna indicava derrota
“Faltando exatamente uns 15 dias, eu no escritório do deputado Oseas Moraes, em Recife, tive conhecimento de uma pesquisa que eu não ganharia as eleições caso fosse naquele dia. Isso foi a minha maior surpresa, porque todo mundo achava que eu ganhava. (…) O meu companheiro e grande amigo Fernando Aragão também teve conhecimento disso. Aquelas pessoas que estavam comigo, que estavam na nossa coordenação, cruzaram os braços e eu disse para Fernando que se ganhássemos seriamos só nós dois juntos, se perdêssemos também seriamos só nos dois. E foi o que aconteceu”, relembrou.
A mágoa sobre a entrevista do próprio pai no guia eleitoral do adversário
O Padre Bianchi disse ainda que tinha boas recordações da campanha, porém, quando questionado sobre um momento em que Dimas Dantas e Antônio Carlos Sulanca entrevistaram o seu pai, para o guia eleitoral do adversário, desabou e contou as suas mágoas.
“Eu sinto, nesse momento, tamanha dor como senti naquele dia. Eu só perdoo aquilo, primeiro porque eu sou cristão, segundo porque eu sou padre. Mas foi a pior coisa que poderia ter feito na minha vida. Eu nunca esqueço. Eu ainda volto em Santa Cruz do Capibaribe porque eu devo ao povo, mas por causa de pessoas que você citou o nome aí… se eu pudesse, eu não ia nem mais à Santa Cruz do Capibaribe. Porque foi muito forte aquilo ali. Meu pai estava com mais de 70 anos de idade, aquilo ali caberia um processo muito grande”, desabafou enfatizando que não tomou outras medidas por uma determinação ao longo da campanha.
“Eu não fiz porque, durante toda a campanha política, eu não permiti nenhum processo contra ninguém. Mas aquilo ali foi grave. Aproveitar de um coroinha, muito amigo do meu pai, e esse coroinha levou meu pai até à rádio e, como você citou nomes aí, entrevistaram meu pai a ponto de coagir meu pai. E depois o difícil disso foi que meu pai ficou triste, revoltado com ele mesmo, se arrependeu do que ele falou. (…) No dia que foi para o guia eleitoral aquilo, correu lá em casa Zé Augusto e eu disse que precisava renunciar (… ) Foi horrível, não gosto nem de pensar, quanto mais de falar”, relatou.
“Eu chorava em cima da cama querendo renunciar a candidatura”, revela Padre Bianchi
No momento mais forte da entrevista, Padre Bianchi revelou que no dia em que os adversários divulgaram uma entrevista em que seu pai, idoso, se mostrava contrário a sua candidatura, entrou em desespero e pensou em desistir da campanha.
“Zé Augusto foi testemunha. Eu chorava em cima da cama querendo renunciar a candidatura e não podia aquela altura. Pessoas que hoje estão aí fazendo política, mas que não prestam de jeito nenhum. A verdade é essa!”
Os bons momentos e o amor por Santa Cruz
Padre Bianchi disse ainda que não muda o domicílio eleitoral por gostar da cidade e que acompanha a vida política do município.
O padre falou ainda sobre o amor que sente pelo povo, lembrou-se das pessoas que, se necessário, dariam a vida por ele na época da eleição e disse se orgulhar das amizades que fez nos municípios por onde passou.
Escute a entrevista completa clicando no link à seguir: >>> Rádio Debate 10.07
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